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Presidente do PL diz que tragédias aumentam popularidade e cita a morte do filho de Caiado

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Presidente do PL revela bastidores do pós-eleição e diz: “Bolsonaro quase morreu de desgosto”

Por VGN

O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, concedeu entrevista ao programa “Direto ao Ponto”, da Jovem Pan, nessa segunda-feira (15.09), na qual fez declarações polêmicas sobre os eventos pós-eleitorais de 2022 e defendeu a aprovação da anistia para Jair Bolsonaro e os envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

Costa Neto esclareceu sua fala controversa do fim de semana, na qual mencionou ter havido “planejamento de golpe”. Segundo ele, houve um equívoco verbal: “Eu me expressei mal, falei ‘planejamento’ em vez de ‘movimento’. Esse movimento houve. Muita gente não queria a posse do Lula e fazia sugestões para nós.”

O dirigente partidário afirmou que o PL recebia, constantemente, documentos de pessoas que pediam para impedir a posse de Lula, mas que “nunca demos atenção para isso” e que “Bolsonaro nunca fez nada fora da lei”.

Uma das revelações mais impactantes da entrevista foi a descrição do estado psicológico de Jair Bolsonaro após a derrota eleitoral. Costa Neto afirmou: “Nos primeiros dias, pensei que ele fosse morrer de desgosto”, e relatou ter orientado os ajudantes de ordens a cuidarem melhor do ex-presidente.

Caiado estava com 36% antes da reeleição. O filho dele morreu. Na semana seguinte estava com 52%”. O presidente do PL ainda emendou: “Isso mexe com as pessoas” e fez a analogia com uma eventual prisão de Bolsonaro: “na minha opinião, o Bolsonaro elege um poste

“Bolsonaro estava abatido depois da eleição. Ficou em um estado que você não pode imaginar. Uma loucura”, declarou, explicando que esse estado impediu qualquer tentativa de convencê-lo a orientar seus apoiadores a deixarem os acampamentos em frente aos quartéis.

O presidente do PL detalhou os bastidores da contestação do resultado eleitoral, admitindo que não acreditava nas alegações, mas cedeu à pressão interna. Revelou que economistas do partido trabalharam durante toda a noite analisando os dados apresentados por uma empresa contratada e concluíram que “não há provas” das irregularidades alegadas.

Costa Neto relatou que Bolsonaro, inicialmente, se recusou a assinar o pedido de auditoria: “Levei para ele assinar. Ele falou: ‘Eu não assino’. Eu disse: ‘Mas é você quem tem que assinar, você é o candidato, eu não vou assinar’.”

O dirigente defendeu veementemente a aprovação da anistia, argumentando que “todos os presidentes” foram anistiados e que o julgamento foi baseado no “golpe de 8 de janeiro”, o qual, segundo ele, “não existiu”.

Fez críticas veladas ao processo no Supremo Tribunal Federal, mencionando que na turma que julgou Bolsonaro, “três dos cinco foram nomeados pelo Lula”, mas elogiou o ministro Luís Roberto Barroso (referindo-se incorretamente como “Fux”): “foi firme, foi valente. Foi valente fazer o que ele fez e fez com justificativa.”

Sucessão presidencial e papel de Tarcísio

Costa Neto confirmou que Tarcísio de Freitas seria o nome preferencial para 2026, caso Bolsonaro permaneça inelegível, explicando o prestígio nacional do governador paulista por meio de um episódio peculiar: sua atuação durante a tragédia de São Sebastião.

“Quando ele assumiu o governo, estourou a tragédia em São Sebastião. Caiu um mundo, desabou tudo. (…) Ele transferiu o governo para lá, colocou dois colchões na prefeitura e dormiu com a esposa no local”, relatou, atribuindo a esse episódio o reconhecimento nacional de Tarcísio.

Caso Carla Zambelli e confusões internas

O presidente do PL fez revelações sobre o caso da deputada Carla Zambelli, admitindo ter recebido o hacker Walter Delgatti em seu gabinete, acompanhado da parlamentar. Descreveu o episódio de forma confusa, mencionando que Zambelli pediu para “arrumar um emprego” para o hacker, mas negou qualquer envolvimento em atividades ilícitas.

“Recebi ele, o advogado dele e ela. Aí, ela me disse: ‘Valdemar, eu queria que você arrumasse um emprego para o hacker’”, contou, explicando que pensou se tratar de trabalho em TI, por considerar o hacker “um gênio”. Ele mencionou que perguntou ao hacker quanto cobraria para invadir o telefone de sua secretária; o hacker teria respondido: “uma semana”. Questionado sobre o motivo da pergunta, Costa Neto afirmou que foi apenas por curiosidade.

Declaração controversa sobre morte do filho de Caiado

Em uma das passagens mais desconcertantes da entrevista, Costa Neto comentou como tragédias pessoais podem impactar positivamente a popularidade de políticos, citando o caso do governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

“O Caiado, na eleição de sua reeleição, estava com 36% antes da votação. (…) O filho dele morreu. Na semana seguinte, ele estava com 52%”, declarou, sugerindo que “isso mexe com as pessoas” e fazendo uma analogia com uma eventual prisão de Bolsonaro.

Outras declarações polêmicas

• Afirmou que Nicolas Ferreira, deputado mais votado do PL, é “um fenômeno”, mas discordou de sua defesa pelo fechamento da TV Globo;

• Defendeu a atuação do pastor Silas Malafaia nos atos pró-Bolsonaro;

• Confirmou apoio a Ciro Gomes no Ceará, apesar de “três processos” existentes entre eles;

• Criticou, de forma indireta, a política externa do governo Lula em relação a Israel e Irã.

Valdemar da Costa Neto afirmou que “jamais” irá se opor a Jair Bolsonaro, a quem considera o maior expoente do Partido Liberal, e que toda decisão tomada por ele será cumprida.

“Malafaia, o Intocável”

Sobre as críticas ao pastor nos eventos bolsonaristas: “Ele é muito querido por muita gente, muita gente.” E completou que queria até que Malafaia fosse candidato ao Senado.

 “Nicolás vs. Globo”

Defendeu o deputado mais votado do PL que quer fechar a Globo, mas meio sem jeito: “Não sou a favor de fechamento, não. Mas ele pensa diferente da gente. O Nicolás é um fenômeno.”

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