“Se não fizermos nada, vamos acabar com um mar cheio de sangue, vamos ter uma invasão [migratória] em Cúcuta, na fronteira com a Colômbia, vamos ter pessoas que chegam a Curaçau em botes”, disse o presidente peruano em um fórum organizado pelo El País em Madri.
“Temos que evitar isso”, afirmou Kuczynski, um firme crítico do governo de Nicolás Maduro, a quem acusa de não respeitar a democracia, o que valeu atritos diplomáticos com Caracas.
“É uma interferência” em assuntos internos venezuelanos, declarou, mas “para preservar algo em que a América acredita, a democracia”.
A Venezuela enfrenta uma grave crise econômica e política, com escassez de alimentos e alta inflação, agravada por manifestações opositoras diárias convocadas desde 1º de abril, com um balanço até agora de 66 mortos e mais de mil feridos.
Após afirmar que as discussões sobre a Venezuela em organizações multilaterais não levaram “a nada”, Kuczynski reiterou a ideia de uma comissão internacional conformada por “dois ou três países democráticos” e outros dois ou três aliados da Venezuela.
Este grupo designaria um mediador, que “poderia ser uma pessoa como “Trudeau”, o primeiro-ministro do Canadá, assinalou o chanceler peruano, Ricardo Luna.
“É um mecanismo arbitral, nada mais”, disse Kuczynski, ao assinalar que a prioridade na Venezuela é conseguir a libertação “dos presos políticos” e “que deixem entrar a ajuda humanitária”.
Em um encontro na manhã desta segunda-feira, Kuczynski e o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, concordaram com “sua preocupação pela grave situação que a Venezuela atravessa”, segundo uma nota de Moncloa.
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