Primeiro-ministro do Reino Unido intensifica críticas à extrema direita

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, cuja popularidade está em declínio, fez um apelo nesta terça-feira (30) para rejeitar o crescimento da extrema direita e destacou a importância da diversidade no Reino Unido durante a conferência anual do Partido Trabalhista em Liverpool, no norte da Inglaterra.

Embora esteja no cargo há apenas 15 meses, Starmer enfrenta sua pior avaliação nas pesquisas de opinião e enfrenta questionamentos até dentro de seu próprio partido, enquanto o partido de extrema direita Reform UK lidera as intenções de voto.

Em um discurso considerado decisivo para seu futuro em Downing Street, Starmer afirmou que o Reino Unido se encontra em um momento crítico e pediu aos britânicos que optem pela decência e pela renovação oferecidas pelos trabalhistas, em oposição à divisão e ao ressentimento promovidos pelo Reform UK e seu líder, Nigel Farage.

“Se vocês disserem ou insinuarem que alguém não pode ser inglês ou britânico por causa da cor da pele, que famílias multiculturais devem se justificar, ou que pessoas estabelecidas aqui por gerações devem ser expulsas, ouçam-me: nós lutaremos com todas as nossas forças”, declarou.

Esse posicionamento foi uma resposta à recente proposta do Reform UK, que, caso assuma o governo, pretende acabar com as permissões de residência permanente.

Após o discurso, Farage criticou a fala como uma tentativa desesperada de um primeiro-ministro em dificuldades e afirmou estar mais determinado do que nunca a derrotar o Partido Trabalhista nas próximas eleições.

Durante o discurso, Starmer também destacou medidas adotadas para aumentar a construção de moradias, financiar o sistema de saúde e ampliar os direitos trabalhistas, ressaltando que a principal tarefa do governo é fazer a economia crescer e melhorar a qualidade de vida dos britânicos.

No entanto, ele alertou que alcançar esses objetivos exigirá decisões difíceis, especialmente com um orçamento complexo a ser apresentado em breve, o que gera preocupações sobre possíveis aumentos de impostos.

Algumas ações tomadas nesses 15 meses foram recebidas com críticas dentro do Partido Trabalhista, como a limitação do auxílio às famílias, o endurecimento das políticas migratórias e a proibição da organização Palestine Action, considerada terrorista.