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Problemas no Metrô foram causados por falta de manutenção, diz GDF

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O princípio de incêndio e as explosões que atingiram três trens do Metrô do Distrito Federal na tarde de quinta-feira (22) foram causados por falta de manutenção e de renovação dos equipamentos. O diagnóstico está em um levantamento técnico divulgado pela companhia de transporte nesta sexta (23). A partir desta análise, o GDF anunciou que vai renovar os contratos de manutenção e licitar 10 novos trens até o fim deste semestre.

A verba para a licitação consta no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade, e não envolve dinheiro do Tesouro local. Segundo o Metrô, a concorrência tem investimento previsto de R$ 220 milhões, vindos do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica Federal.

No site do PAC, o projeto entitulado “Expansão e Modernização do Metrô DF” aparece em fase de ação preparatória. O valor previsto para as obras não é divulgado no sistema, em razão da “possibilidade de uso do Regime Diferenciado de Contratação – RDC”. Segundo o Metrô, mesmo que a licitação seja lançada neste semestre, os novos trens só devem entrar em circulação daqui a 18 meses.

Já a revisão dos contratos de manutenção passa pelo orçamento próprio do GDF. A companhia não divulgou se haverá aumento nos custos e se há prazo para a nova rotina de vistorias e reparos.

O Metrô anunciou, ainda, a criação de um “núcleo de antecipação de crise”, sem detalhar como será composta a nova equipe e se novos servidores serão contratados. Nesta sexta (23), segundo a companhia, o sistema apresentou funcionamento normal.

Falhas
Os problemas elétricos começaram pouco depois das 18h, quando uma forte chuva atingiu diversas regiões do Distrito Federal. O sistema levou mais de quatro horas para ser normalizado e só voltou a funcionar em definitivo por volta às 22h20, de acordo com o Metrô. Com a chuva, as estações Concessionárias e Praça do Relógio ficaram inundadas.

O primeiro dos trens atingidos teve falha no cabeamento elétrico às 18h04 e perdeu tração entre as estações Águas Claras e Arniqueiras. Segundo a companhia, a composição é de 1994 e está na fila para troca de peças. O trem da série 1000 foi retirado de circulação e o fluxo foi retomado às 18h39, com 30 minutos de atraso para os veículos que saíam dos terminais.

Mas, uma hora depois, mais problemas. Às 19h40, outro trem da série 1000 teve três explosões após um curto circuito no motor. O Metrô afirma que as explosões foram provocadas pelo acionamento de um sistema de segurança que corta a corrente elétrica quando acontece um aumento brusco na energia.

Um passageiro filmou o momento em que os ocupantes do vagão pulam a cerca ao redor dos trilhos temendo novas explosões e intoxicação pela fumaça . Um terceiro trem, que foi enviado à área para remover o veículo com curto-circuito, também apresentou falhas e complicou ainda mais o cenário.

As explosões geraram pânico nos passageiros, que quebraram janelas e forçaram a abertura das portas para evacuar o trem. O Metrô teve que cortar a energia dos trilhos para evitar choque elétrico, e a operação só foi normalizada às 22h20, quando o último passageiro foi retirado da região próxima aos trilhos. Os veículos que apresentaram problemas foram recolhidos.

O professor Hugo Veiga Santos estava dentro do vagão no momento da explosão e diz ter vivido momentos de pânico. Ele afirma que o trem começou a apresentar problemas assim que partiu da estação Arniqueira, em direção a Ceilândia.

“O ar condicionado desligou e, em seguida, a própria máquina do metrô parou. Depois, continuou a andar como se estivesse em ponto morto. Ele tentava dar partida e não conseguia, até que parou. E nessa de ficar dando partida, a gente começou a ver fagulhas, muito, muito forte, muito altas”, diz.

Fonte: G1

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