Economia
Processo para escolher novo presidente do Fed já começou, diz secretário americano

Scott Bessent, secretário do Tesouro dos Estados Unidos, declarou que já está em andamento um processo formal para selecionar o próximo presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, que substituirá Jerome Powell.
Segundo ele, há vários candidatos qualificados, tanto de dentro quanto de fora do Fed.
Questionado sobre um convite pessoal do presidente Donald Trump para assumir o cargo, Bessent afirmou que participa do processo de decisão e que a escolha cabe ao presidente Trump, seguindo seu ritmo.
Bessent também indicou que Powell deve deixar a posição de membro do Conselho de Governadores do Fed quando seu mandato como presidente acabar, em maio de 2026. O mandato de governador termina em janeiro de 2028, o que permitiria que Powell permanecesse no banco central e continuasse influenciando as decisões de política monetária.
Tradicionalmente, o presidente do Fed também deixa o cargo de governador para evitar confusões no mercado. Bessent ressaltou que a presença de um ex-presidente do Fed como governador após seu mandato seria confusa.
Powell tem evitado confirmar se continuará como governador, dificultando as decisões do presidente Trump e sua equipe, que planejam uma renovação na liderança do Fed no próximo ano.
Tendência da Inflação
Se Powell não declarar que deixará o cargo de governador, Trump terá apenas uma vaga para preencher com o término do mandato da governadora Adriana Kugler em janeiro.
Bessent mencionou que o nome do novo presidente do Fed pode ser anunciado entre outubro e novembro, antes da abertura da vaga.
Trump deseja um sucessor de Powell que apoie a redução das taxas de juros e já tem três ou quatro candidatos em mente. Ele criticou Powell por manter os juros elevados após o período de cortes do ano passado.
Em junho, o Fed manteve a taxa de juros entre 4,25% e 4,5%, patamar desde dezembro.
No mês anterior, Powell informou ao Congresso que o Fed permaneceria em posição de espera e provavelmente reduziria as taxas, caso não fosse pela incerteza dos preços futuros gerada pelas tarifas do presidente.
Powell também alertou para não apressar as mudanças nas taxas.
Os formuladores de políticas do Fed estão atentos ao impacto inflacionário dos aumentos tarifários e aguardam mais dados antes de cortar as taxas.
Em entrevista recente, Bessent comentou sobre o índice de preços ao consumidor (CPI) de junho, dizendo que não atribui grande importância a um único número e destacou que a tendência recente não confirma um aumento expressivo no nível geral de preços.
Polêmica sobre edifícios
Bessent reconheceu que o Fed já cometeu erros de projeção econômica e que esse pode ser mais um. Apesar disso, afirmou que o presidente Trump reiterou diversas vezes sua intenção de não demitir Jay Powell.
Entre os prováveis sucessores de Powell estão o ex-governador do Fed Kevin Warsh, o atual diretor do Conselho Econômico Nacional Kevin Hassett e o próprio Bessent. Investidores também observam o atual governador Christopher Waller, nomeado por Trump, que está aberto à ideia de reduzir os juros neste mês.
A pressão sobre Powell aumentou com críticas republicanas relacionadas a estouros de orçamento em reformas de prédios históricos sob controle do Fed, o que alguns alegam pode dar justificativa legal para uma demissão.
Quando questionado sobre a autoridade do presidente para demitir o presidente do Fed, Hassett respondeu que essa questão está sendo analisada, mas que tal autoridade existe se houver causa apropriada.
Bessent reiterou as declarações de Trump de que não há intenção de demitir Powell.

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