Centro-Oeste
Professora afirma ter buscado diálogo com mãe antes de incidente com cuspe

Antes do incidente polêmico envolvendo uma criança de 5 anos em uma escola pública do Paranoá, a professora envolvida no caso tentou resolver a situação pacificamente conversando com a mãe do aluno. Segundo a educadora, o garoto possui histórico de comportamentos agressivos contra colegas e funcionários da escola.
O caso está sob investigação na 6ª Delegacia de Polícia do Paranoá. De acordo com a advogada Robertta Hutchison, representante da professora e do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro/DF), a educadora manteve contato frequente com a mãe da criança.
“Ela conversou diversas vezes com a mãe e até convocou uma reunião na escola na semana passada, solicitando que a família buscasse auxílio médico e apoio do Conselho Tutelar para entender o comportamento do menino”, explicou a advogada.
A professora ainda não decidiu se continuará atuando na escola, pois sente-se injustamente acusada e agredida, sem ter cometido qualquer agressão contra a criança. A confusão ocorreu em 24 de setembro, quando o menino chegou a agredir e morder a educadora.
Após o incidente, a professora realizou exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), constatando marcas da mordida, além de agressões com cuspe e chutes. A mãe do aluno teria sido chamada à escola, mas acabou ameaçando a professora, que registrou ocorrência contra ela na delegacia.
“Ressaltamos que a ocorrência não foi feita contra o menino, mas contra a mãe, que proferiu ameaças graves à professora, afirmando que resolveria a situação fora da escola. A criança consta apenas como envolvida devido à agressão praticada”, acrescentou a advogada.
A escola, juntamente com a professora, buscou o acompanhamento do Conselho Tutelar para apoiar a criança.
Em depoimento, a mãe afirmou que a professora segurou firmemente o pulso do filho, o que levou o menino a morder o braço da educadora enquanto tentava se soltar.
Investigação
O delegado chefe da 6ª DP, Bruno Cunha, explicou que a investigação inicial visa apurar se a professora cometeu algum ato ilícito. A ocorrência será encaminhada ao Conselho Tutelar.
A criança é apontada como vítima e envolvida, pois segundo a versão da mãe, a professora teria segurado o braço da criança de forma firme, provocando a reação. Por ser menor de idade, ele não pode ser penalmente responsabilizado.
Quando necessário, a situação é encaminhada para órgãos de proteção previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Sigilo do processo
A Secretaria de Educação do Distrito Federal comunicou que recebeu a denúncia no dia seguinte ao ocorrido e imediatamente encaminhou o caso para a Corregedoria, que conduz investigação sigilosa. A secretaria repudiou veementemente qualquer ato de violência no ambiente escolar e reforçou compromisso com um ambiente seguro e respeitoso.
A Coordenação Regional de Ensino do Paranoá está buscando vaga em outra escola para atender ao pedido da família do aluno. Como medida provisória, a unidade escolar também orientou a mudança de turno do estudante.
A reportagem tentou contato com a mãe do menino, sem sucesso até o momento. O espaço permanece aberto para manifestação.

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