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Professores criam simulador que prevê colapso do sistema de saúde

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Os profissionais das áreas de tecnologia e saúde desenvolveram modelo matemático para prever colapso do sistema de saúde no país

Coronavírus: modelo matemático para prever colapso no sistema de saúde é desenvolvido (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Por meio de um modelo matemático, cientistas realizaram um estudo para tentar prever em quanto tempo o sistema de saúde brasileiro pode sofrer um colapso devido ao número de casos do novo coronavírus. Um grupo, formado por voluntários da educação e da área da tecnologia, criou uma simulação que tem como objetivo prever em quanto tempo os sistemas de saúde das principais cidades do país entrarão em colapso, considerando que o isolamento social (recomendado pela Organização Mundial da Saúde) não seja cumprido.

A equipe, para prever os cenários, partiu do princípio que a demanda do sistema hospitalar chegaria a 100% da capacidade, utilizando dados de fontes públicas e do DataSUS. A primeira cidade a ser testada pelo experimento foi São Paulo, com apoio da empresa de inteligência artificial 3778. Na metade do mês de março, o governo federal havia previsto que, no pior cenário, seriam necessários cerca de 20 mil novos leitos – mas, de acordo com a pesquisa, seria impossível fazer com que a criação de novos leitos acompanhasse a curva de crescimento dos casos na mesma velocidade.

Em entrevista , o professor da Faculdade de Informática e Administração Paulista, Diógenes Justo, comentou que os cálculos feitos incluíram os novos leitos anunciados pela Prefeitura de São Paulo, assim como o cancelamento das cirurgias eletivas. O grupo de voluntários, de acordo com ele, se formou por meio da rede CovidZero, que tem como objetivo levar os dados da progressão do vírus para o público, de forma simples e gratuita.

No caso de São Paulo, foram projetados quatro cenários; levando em conta tanto o isolamento social extremo como o moderado. Confira, abaixo, as datas previstas para os colapsos em todas as projeções:

  • Cenário 0 – Sem intervenção: 23 de abril de 2020
  • Cenário 1 – Redução de 25% de contato social: 01 de maio de 2020
  • Cenário 2 – Redução de 50% de contato social: 17 de maio de 2020
  • Cenário 3 – Redução de 65% de contato social: 17 de junho de 2020

De acordo com os números apresentados acima, o modelo indica que, quanto mais tempo durar o isolamento social, mais o provável colapso do sistema de saúde de São Paulo será postergado. As simulações, porém, não contam com a existência de casos novos não registrados, o que pode ser capaz de adiantar ou atrasar ainda mais a previsão de colapso.

Questionado sobre a margem de erro, Justo comentou que a porcentagem depende do estado e das condições analisadas. No caso de São Paulo, segundo ele, a margem de erro é baixa, levando em conta que é um dos locais mais preparados para lidar com uma possível crise do sistema.

O simulador está, até o momento, livre para uso de todos. Ele acrescentou que a intenção é fazer com que autoridades do governo e da saúde possam utilizar o modelo matemático para encontrarem uma melhor forma de lidar com a pandemia, mas que os dados devem continuar públicos e gratuitos para todos os usuários. Para baixar as informações e calcular a previsão para as demais cidades, basta acessar este site.

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