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Professores cruzam os braços no DF contra uso de superávit previdenciário

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Governo pediu à Câmara para usar quantia para ajudar a pagar salários. Deputados devem votar proposta nesta terça; não há balanço da adesão.

Professores da rede pública do Distrito Federal deram início a uma paralisação “emergencial” nesta terça-feira (29) em repúdio à proposta do governo de usar o superávit de um fundo de previdência de servidores para ajudar a pagar salários. A medida pode ser votada na Câmara Legislativa durante a tarde.

O diretor de imprensa do Sindicato dos Professores, Cláudio Antunes, afirmou que ainda não havia balanço da adesão da categoria até as 7h40. “É uma paralisação de emergência, foi definida ontem à tarde, quando as aulas de educação integral já tinham acabado. O movimento deve ficar mais forte à tarde, durante a votação.”

O DF tem 657 escolas públicas e 45 mil servidores, entre professores e auxiliares administrativos. Os 470 mil estudantes estudam em três turnos. A expectativa é que os professores compareçam às galerias da Câmara para pedir a rejeição do projeto.

O GDF conta com a aprovação da medida para aliviar as contas públicas e diz que há risco de não conseguir quitar a folha de pagamento sem esses recursos. O déficit só para setembro é de R$ 300 milhões.

De acordo com o governador Rodrigo Rollemberg, a ideia é usar R$ 1,2 bilhão do superávit do Instituto de Previdência dos Servidores no pagamento dos benefícios de aposentados até o final do ano. Com isso, o Executivo deixaria de repassar R$ 240 milhões por mês para complementar os benefícios dos servidores inativos e poderia usar o montante para salários e 13º.

O líder do PT e da oposição na Câmara, Chico Vigilante (PT), afirmou aque o texto que chegou à Casa é “bem diferente” do que foi anunciado pelo governador e que essas mudanças podem inviabilizar a votação em plenário. “O projeto do Iprev precisa de muitos ajustes. Estávamos de acordo em pegar o superávit, mas o projeto quer mexer na base do fundo [previdenciário]”, disse.

Efeitos
No Centro de Ensino Médio Elefante Branco, na Asa Sul, a adesão ao movimento foi baixa pela manhã. Segundo o vice-diretor, Marcos Vinicius de Oliveira, 10 dos 40 professores do turno não compareceram. Entre os alunos, a ausência foi maior.

Entrada do Elefante Branco, em Brasília (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

Entrada do Elefante Branco, em Brasília (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

“A gente recebeu o aviso às 15h, o pessoal do matutino já tinha saído. Mas, como a notícia se espalhou nas redes sociais, os estudantes faltaram. No 3º ano, temos metade dos alunos aqui”, disse.

Nenhuma turma foi dispensada, mas a maior parte dos estudantes deve ser liberada mais cedo, sem todas as aulas previstas. Até as 8h, nenhum dos professores do período vespertino havia comunicado ausência à direção.

Oliveira diz que, na outra paralisação deste mês, anunciada com dez dias de antecedência, a adesão dos professores do Elefante Branco foi de 90%, e todas as turmas foram dispensadas.

A direção do Caseb informou que nenhum professor parou pela manhã e nem avisou que vai parar à tarde. Uma coordenadora pedagógica que não quis ser identificada disse que não há orientação da escola e que a decisão de aderir à greve é individual.

No Centro de Ensino Medio Paulo Freire, na 610 Norte, os professores decidiram trabalhar normalmente para não desfalcar a aplicação de provas. “Quando anunciam com antecedência, a gente se programa pedagogicamente. De supetão fica difícil”, afirma o diretor Mauro Romão.

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