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Protesto contra Trump na 25 de Março tem Bolsonaro preso e bandeira do PCdoB

Com a Polícia Federal (PF) acompanhando manifestantes fantasiados de Donald Trump carregando um saco de dinheiro e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vestido como preso na linha de frente, comerciantes e trabalhadores ocuparam, na manhã desta sexta-feira (18/7), a Rua 25 de Março, no centro de São Paulo, em uma manifestação contra a investigação anunciada pelo presidente dos Estados Unidos sobre o comércio brasileiro.
Além de cartazes com dizeres contra Trump e manifestantes fantasiados, militantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) exibiam bandeiras da sigla durante a mobilização.
O protesto se concentrou na Rua Carlos de Sousa Nazaré, uma das travessas da rua comercial, horas após o ex-presidente Jair Bolsonaro se tornar alvo de uma operação da PF, que cumpriu mandados de busca e apreensão em sua casa em Brasília e no escritório na sede do PL. Uma das medidas restritivas impostas a ele foi o uso de tornozeleira eletrônica.
As caracterizações dos políticos refletiam as demandas da manifestação, que reivindicavam a não interferência dos Estados Unidos na soberania brasileira e a autonomia do comércio nacional frente ao governo norte-americano, que incluiu a Rua 25 de Março em uma medida anunciada como resposta ao alto índice de falsificação de produtos na região.
“Enquanto sindicalista e cidadão, nós não podemos aceitar que outro país dite normas para o nosso país“, afirmou Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo (SECSP), organizador da manifestação.
“Pode haver problemas na 25 de Março, como pirataria, mas estas questões devem ser resolvidas pela Polícia Federal, Polícia Militar e demais poderes nacionais, pois os Estados Unidos também enfrentam problemas semelhantes“, destacou.
Para Paulo Li, comerciante de origem chinesa que atua na 25 há 19 anos vendendo bijuterias, a medida dos EUA é injusta. Em tom de ironia, usava uma camisa com um adesivo escrito “Luis Vitao”, aludindo à marca Louis Vuitton, para aludir à acusação de falsificação.
“Deixei a China porque o trabalho lá é difícil. Aqui encontramos um lugar melhor e trabalhamos duro. Sou a segunda geração no meu comércio, mas ainda assim Trump quer prejudicar as pessoas daqui. Já basta o domínio dos Estados Unidos“, declarou ao Metrópoles.
Taxa de 50%
Donald Trump anunciou em 9 de julho que as exportações brasileiras para os Estados Unidos terão uma tarifa de 50% a partir de 1º de agosto.
Ricardo Patah avaliou que essa taxa pode impactar não só a 25 de Março, mas também o agronegócio, a indústria e o setor siderúrgico, com aumento do desemprego como consequência. O grito “Não à demissão” foi entoado pelos presentes.
Participaram do ato representantes sindicais, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), partidos políticos de esquerda, membros do comércio, movimentos sociais e o setor bancário.
Investigação dos EUA menciona a 25 de Março
A investigação para aplicação da Seção 301 da lei comercial americana contra o Brasil é uma solicitação de Trump. Esta seção, instituída em 1974, permite responder a práticas comerciais consideradas injustas ou discriminatórias de governos estrangeiros.
Além de ligar a taxa à ação judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), o documento menciona um déficit comercial inexistente segundo os EUA e acusações de venda e distribuição generalizada de produtos falsificados, consoles de jogos alterados, dispositivos ilegais de streaming e outros aparelhos para burlar restrições.
O texto ressalta que a luta contra a pirataria de conteúdo protegido por direitos autorais ainda é um obstáculo importante para a adoção de meios legítimos de distribuição de conteúdo, citando a Rua 25 de Março como foco dessas práticas.

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