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Protesto contra Trump reúne esquerda na Paulista

Cartazes e frases contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcaram um protesto organizado por grupos de esquerda na noite desta quinta-feira (10), na avenida Paulista, em São Paulo.
Organizado pela Frente Povo Sem Medo e pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o evento inicialmente focava na taxação dos muito ricos, críticas ao Congresso e isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.
Donald Trump atribuiu em parte a taxa de 50% sobre produtos brasileiros, que começará em agosto, ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e a decisões judiciais contra grandes empresas de tecnologia americanas como Meta e Google.
O governo brasileiro reagiu imediatamente, prometendo agir com base no princípio da reciprocidade. Isso impactou o protesto em São Paulo, onde as frases continham mensagens do tipo “O Brasil (…) não será tutelado por ninguém”.
O deputado federal Rui Falcão (PT) afirmou durante o protesto que o ato, inicialmente convocado por taxar os super-ricos, ganhou um novo motivo com a taxação imposta por Trump, que ele chamou de absurda e provocada pelos bolsonaristas.
Nas redes sociais, o governo do presidente Lula (PT) conseguiu mobilizar seus apoiadores, com postagens recebendo muito mais engajamento do que as do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A equipe de comunicação do governo percebeu essa diferença, explicada pela proximidade entre o bolsonarismo e Trump. Sidônio Palmeira, responsável pela comunicação do governo, tenta promover o slogan “Lula quer taxar os bilionários; Bolsonaro quer taxar o Brasil”.
A coordenadora nacional do MTST e da Frente Povo Sem Medo, Ana Carla Perles, disse ao GLOBO que o slogan é verdadeiro e que os movimentos querem dialogar com a sociedade; se Trump não recuar, novas manifestações de rua poderão acontecer.
A Frente Povo Sem Medo é um dos principais grupos de mobilização da esquerda nas ruas. Criada em 2015, participou de protestos contra o impeachment da então presidente Dilma Rousseff e, depois, ocupou o triplex no Guarujá atribuído ao ex-presidente Lula nas investigações da Operação Lava Jato.
Recentemente, o grupo e o MTST ocuparam a sede de um prédio do Itaú, na Faria Lima, em São Paulo.
Nos últimos dias, no campo digital, esses movimentos começaram a usar inteligência artificial e publicações com imagens das Casas Legislativas em chamas, utilizando a hashtag #congressoinimigodopovo. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), foi o principal alvo.
No entanto, a militância do PT evitou ampliar seus alvos para não prejudicar a articulação com o Legislativo antes do ano eleitoral.

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