Protestos em Veneza contra ações de Israel em Gaza

Milhares de pessoas se reuniram neste sábado (3) para manifestar contra as ações do exército israelense na Faixa de Gaza, nas proximidades do Festival de Cinema de Veneza.

Organizada por grupos políticos de esquerda locais, a manifestação teve início no começo da tarde, a poucos quilômetros do evento onde personalidades como George Clooney, Julia Roberts e Emma Stone já passaram pelo tapete vermelho recentemente.

Nos últimos dias, diversos artistas demonstraram apoio aos palestinos na mostra, como a diretora marroquina Maryam Touzani e o cineasta Nabil Ayouch, que exibiram um cartaz pedindo o fim do genocídio em Gaza na noite de sexta-feira durante o tapete vermelho.

Na quinta-feira, o diretor grego Yorgos Lanthimos usou um broche com as cores da bandeira palestina em sua coletiva de imprensa para apresentar o filme “Bugonia”.

Logo no início do festival, um grupo criado por dez cineastas italianos independentes chamado ‘Venice4Palestine’ fez um apelo para que o festival condene de forma clara o conflito na Faixa de Gaza, desencadeado pelo ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.

Em uma carta aberta, o coletivo pediu que o festival tome uma posição firme, evitando ser uma plataforma vazia e sem voz.

Até o momento, a carta do Venice4Palestine reuniu 2.000 assinaturas, incluindo nomes importantes do cinema mundial, como Guillermo del Toro, Todd Fields, Michael Moore e Ken Loach.

“O principal objetivo da carta era colocar Gaza e a Palestina no foco da atenção pública em Veneza, e foi exatamente isso que conseguimos”, afirmou à AFP Fabiomassimo Lozzi, um dos criadores do coletivo.

O diretor da mostra, Alberto Barbera, declarou no dia da abertura que a Bienal não adota posturas políticas explícitas, mas mostrou sensibilidade diante da grave situação em Gaza.

Na próxima quarta-feira, o festival apresentará o filme “The Voice of Hind Rajab”, dirigido pela franco-tunisiana Kaouther Ben Hania. O longa narra a história verdadeira de uma menina palestina que foi morta em janeiro de 2024 pelas forças israelenses junto com seis membros de sua família enquanto tentavam escapar da Cidade de Gaza.

A gravação do pedido urgente de ajuda feito por Hind Rajab, que foi incorporada ao filme, emocionou profundamente pessoas ao redor do mundo quando veio a público.