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PT retoma treinamentos com big techs para eleições de 2026
A nova direção do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu reiniciar os planos para oferecer capacitação com as principais plataformas digitais às suas lideranças. O intuito é fortalecer a militância digital em preparação para as eleições de 2026 e a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No início do ano, a Secretaria de Comunicação, então liderada por Jilmar Tatto, havia programado um treinamento com TikTok e Meta, que controla Facebook, Instagram e WhatsApp. Contudo, devido a críticas internas de alas à esquerda, essa iniciativa foi adiada.
Agora, sob a presidência nacional de Edinho Silva e com Eden Valadares como novo secretário de Comunicação, o PT retomou o diálogo com essas empresas para realizar os treinamentos. Além de TikTok e Meta, conversas também estão sendo retomadas com Alphabet (Google e YouTube), Kwai e X (ex-Twitter).
A direção do PT busca definir o público alvo e o formato das capacitações antes de agendar os eventos, que estão previstos para começar em outubro deste ano. Ainda há dúvidas se os treinamentos serão presenciais ou virtuais. Também se avalia se a prioridade será para parlamentares e suas equipes, profissionais das prefeituras e governos estaduais comandados pelo PT, ou para secretários de comunicação nos diretórios estaduais.
A nova gestão entende que é fundamental reconhecer a força de alcance das grandes empresas de tecnologia, enquanto seus concorrentes, especialmente o bolsonarismo, investem fortemente na comunicação digital.
O Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, já realizou dois grandes eventos com presença das big techs para suas lideranças e filiados. Esses encontros transformaram-se em palanques para as lideranças digitais do bolsonarismo, que compartilharam estratégias para maximizar engajamento nas redes sociais, como o uso de tendências genéricas para introduzir temas políticos e mensagens simples por meio de vídeos curtos.
Esses eventos atraíram grande público e geraram críticas da esquerda, que os enxergou como uma aliança entre as big techs e a extrema direita. As empresas, entretanto, afirmam que os treinamentos são fornecidos a diversos partidos, autoridades e organizações.
Em junho, a deputada Luizianne Lins (PT-CE) denunciou a Procuradoria-Geral Eleitoral e a Polícia Federal, alegando que o PL estaria utilizando empresas como Meta, Google e CapCut para treinar sua militância, visando impulsionar mensagens e desestabilizar adversários nas eleições de 2026 — um plano semelhante ao que o PT agora pretende implementar.
A retomada do projeto para capacitar lideranças digitais está alinhada com o apelo do próprio presidente Lula, que em evento recente incentivou a militância de esquerda a se dedicar mais à atuação nas redes sociais, onde a direita atualmente possui maior engajamento e audiência.
“Frequentemente, a extrema direita nos faz recuar. Vamos promover uma revolução nas redes digitais. Cada um de vocês precisa se tornar um influenciador na internet”, convocou Lula.
A pouco mais de um ano das eleições de 2026, a avaliação dentro do PT é que o governo Lula finalmente encontrou um discurso que ressoa com o eleitorado e precisa ser aproveitado na campanha futura. Até recentemente, havia dificuldades na comunicação do partido — no início do ano, o presidente substituiu o deputado federal Paulo Pimenta pelo marqueteiro Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social, em resposta a críticas generalizadas ao setor.

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