Público protesta durante desfile cívico-militar no Dia da Independência

Ao som de manifestações como “sem anistia” e “soberania não se negocia”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início neste domingo (7) ao desfile cívico-militar em comemoração ao Dia da Independência, realizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O evento começou por volta das 9h20. O presidente e a primeira-dama Janja da Silva chegaram em carro aberto, utilizando o tradicional Rolls-Royce presidencial usado em cerimônias oficiais, após inspecionar as tropas próximas ao Palácio do Planalto.

Ao chegar à tribuna das autoridades, o casal foi saudado pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e pelos comandantes das três Forças Armadas.

Este ano, o desfile ocorre em meio a uma tensão entre Brasil e Estados Unidos, desencadeada pelo presidente americano Donald Trump, que impôs tarifas sobre produtos brasileiros em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro enfrenta julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe e pela abolição do Estado Democrático de Direito, com a expectativa de conclusão do julgamento nesta semana.

Aliados e partidos da oposição tentam, incansavelmente, avançar com um projeto de lei para anistiar o ex-presidente, seus aliados e envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, buscando impedir responsabilizações.

O tema central do desfile deste ano é a soberania nacional. Também compõem a parada os temas Brasil dos Brasileiros, Brasil do Futuro e a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém em novembro, além do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A organização distribuiu bonés com a frase “Brasil Soberano”, que também está presente na decoração das tribunas.

A segurança foi intensificada na Esplanada e na Praça dos Três Poderes para proteger o desfile e garantir o processo no STF.

Na véspera, Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a importância da soberania nacional e da união dos brasileiros na defesa da democracia, do meio ambiente e das instituições. A fala foi transmitida pela rede nacional de rádio e televisão.

O desfile, que durou cerca de duas horas, incluiu alas militares e aéreas, participação de estudantes de escolas públicas e forças de segurança do Distrito Federal. Aproximadamente 30 mil pessoas assistiram o evento nas arquibancadas da Esplanada.

Presenças

Além do presidente, estiveram presentes o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente da Câmara, Hugo Motta. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, não compareceu devido a uma viagem oficial à França. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, estava no Amapá. Nenhum outro ministro do STF participou, em meio ao julgamento de Bolsonaro.

Ministros do governo federal, como Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento), Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Camilo Santana (Educação), Alexandre Padilha (Saúde), Frederico Siqueira (Comunicações), Celso Sabino (Turismo), André Fufuca (Esporte), Renan Filho (Transportes), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), Anielle Franco (Igualdade Racial), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Marina Silva (Meio Ambiente), Vinicius Marques de Carvalho (Controladoria Geral da União), Sidônio Palmeira (Comunicação Social), Jorge Messias (Advocacia Geral da União), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Alexandre Silveira (Minas e Energia), André de Paula (Pesca e Aquicultura), Jader Filho (Cidades), Macaé Evaristo (Direitos Humanos), Márcia Lopes (Mulheres), Márcio França (Micro e Pequenas Empresas), Margareth Menezes (Cultura), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Wolney Queiroz (Previdência) estiveram presentes.

Já os ministros Carlos Fávaro (Agricultura), Fernando Haddad (Fazenda) e Luiz Marinho (Trabalho) não estiveram no evento deste ano, conforme informado pela Presidência.