Economia
Quase 25% dos lares são alugados e diminui número de casas próprias, diz IBGE
Embora os rendimentos médios estejam aumentando, o sonho da casa própria ainda é distante para muitos brasileiros. Em 2024, dos 77,3 milhões de domicílios no Brasil, 17,8 milhões são alugados, representando 23% do total, ante 18% em 2016.
O percentual de imóveis próprios caiu de 73% para 67,6% entre 2016 e o ano passado, incluindo tanto imóveis quitados quanto financiados. Os dados são da Pnad Contínua de Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores, do IBGE.
Desde 2016, imóveis alugados aumentaram 45,4%, enquanto imóveis próprios vêm reduzindo sua fatia no mercado. Além disso, 9% dos domicílios são cedidos e 0,2% estão em outras condições, como invasão.
O analista do IBGE William Kratochwill explica que essa tendência reflete uma concentração de renda no país, pois a posse da casa própria está nas mãos de menos pessoas, e a inflação combinada com baixos salários dificulta a aquisição de imóveis.
Marilete Lima, de 55 anos, ilustra essa realidade: vivendo de aluguel em São Gonçalo com um salário mínimo, ela tentou comprar uma casa, mas os altos juros e entrada inacessível impediram a concretização do sonho. Segundo ela, o custo total de um financiamento muitas vezes ultrapassa em muito o valor do imóvel.
O levantamento também mostra que 84,5% da população mora em casas, enquanto apartamentos somam 15,3%. O número de apartamentos cresceu quase 30% desde 2016, enquanto o de casas cresceu pouco mais de 13%, indicando uma preferência crescente por moradias verticais.
William Kratochwill destaca que esse fenômeno está ligado à urbanização e à busca por proximidade com trabalho, serviços e comodidades, levando à construção de apartamentos para otimizar espaços e custos.
Regiões urbanas como o Sudeste apresentam maior percentual de apartamentos (19,8%), ao passo que no Norte esse índice é apenas 8%.

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