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Quase 70 jornalistas mortos este ano, maioria em Gaza, alerta RSF

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Sessenta e sete jornalistas foram mortos ao redor do mundo neste ano, com quase metade dessas mortes ocorrendo em Gaza e nove no México. A maioria dessas fatalidades foi causada por forças militares ou por grupos criminosos, de acordo com o relatório de 2025 da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), divulgado nesta terça-feira (9).

“Os ataques letais realizados por exércitos, oficiais ou não, e por grupos criminosos têm impulsionado o aumento dos assassinatos de jornalistas”, lamenta a RSF em seu relatório anual, que cobre o período de 1º de dezembro de 2024 a 1º de dezembro de 2025.

Em 2023, a RSF registrou 49 jornalistas assassinados, um dos índices mais baixos das últimas duas décadas. A guerra em Gaza, iniciada após os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, fez com que esses números subissem para 66 em 2024 e 67 em 2025.

Desses 67 mortos, pelo menos 29 eram jornalistas palestinos que perderam suas vidas em Gaza enquanto exerciam seu trabalho. A organização aponta o exército israelense como o principal responsável pelos ataques contra profissionais da imprensa.

“A hostilidade contra os jornalistas é o que leva à impunidade”, declarou à AFP a Anne Bocandé, diretora editorial da RSF.

Embora repórteres em áreas de conflito devam ser protegidos como civis, o exército israelense tem sido acusado diversas vezes de atacá-los deliberadamente, sendo alvo de denúncias por crimes de guerra.

Israel alega que o alvo de suas ações é o grupo Hamas, considerado organização terrorista por Estados Unidos e União Europeia.

Bocandé critica a prática de desacreditar jornalistas para justificar esses crimes, afirmando que não são incidentes aleatórios, mas ataques intencionais porque os jornalistas informam o mundo sobre os acontecimentos.

México e o crime organizado

No México, nove jornalistas foram assassinados em 2025, fazendo deste o ano mais violento dos últimos três para a imprensa no país, segundo a ONG. Isso ocorre apesar das promessas feitas pela presidente Claudia Sheinbaum, eleita em 2024.

As vítimas cobriam notícias locais, denunciavam o crime organizado e suas relações com a política, e tinham recebido ameaças de morte explícitas. Um dos jornalistas, Cayetano de Jesús Guerrero, estava sob proteção estatal.

Entre os grupos criminosos apontados como ameaças à imprensa está o Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG), considerado o mais violento do México. Em 2025, três jornalistas foram mortos enquanto cobririam temas ligados ao narcotráfico, segurança pública e corrupção em áreas controladas por esse cartel.

Outros países e desafios

Sudão, com quatro mortes, e Ucrânia, com três, também estão entre os lugares mais perigosos para jornalistas no mundo, segundo a RSF.

A organização alerta para a dificuldade que os governos enfrentam para proteger reporteres, evitando que se tornem alvos desses conflitos.

A RSF informa ainda que atualmente 503 jornalistas estão presos em 47 países, sendo 121 na China, 48 na Rússia e 47 em Mianmar. Além disso, 135 jornalistas estão desaparecidos, alguns há mais de 30 anos, e 20 foram sequestrados, principalmente na Síria e no Iêmen.

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