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Economia

Queda dos juros e dos spreads dá continuidade ao movimento, diz BC

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Conforme o BC, juro médio caiu 0,9 ponto porcentual em maio, para 25,0% ao ano, considerando todas operações de crédito com recursos livres e direcionados

Brasília – O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, avaliou nesta quarta-feira, 27, que as quedas das taxas de juros e dos spreads em maio dão continuidade ao movimento já observado em meses anteriores.

Conforme os números do BC, o juro médio caiu 0,9 ponto porcentual em maio, para 25,0% ao ano, considerando todas as operações de crédito com recursos livres e direcionados. Já o spread cedeu 1,1 ponto porcentual, para 18,6% ao ano.

“A taxa média de juros de 25,0% ao ano é a menor desde janeiro de 2015”, pontuou Rocha. No caso do Indicador do Custo de Crédito (ICC), que diz respeito a todas as operações de crédito que estão em carteira, a taxa de 21,2% de maio é a menor desde setembro de 2015.

“No caso do spread, além da redução na taxa de aplicação, houve aumento na taxa de captação”, disse Rocha, ao explicar o movimento de baixa. “Como o spread é a diminuição de um pelo outro, houve efeito majorado nos spreads”, acrescentou.

De abril para maio, a taxa de aplicação passou de 25,9% para 25,0% ao ano, enquanto a taxa de captação de recursos pelos bancos foi de 6,2% para 6,4% ao ano. Isso explica a passagem do spread de 19,7 pontos porcentuais em abril para 18,6 pontos porcentuais em maio, considerando recursos livres e direcionados.

Rocha chamou atenção ainda para a redução dos juros cobrados em operações ligadas ao cheque especial e ao cartão de crédito. No caso do cheque especial, houve baixa da taxa média de juros de 321,0% ao ano em abril para 311,9% ao ano em maio.

“Uma das possibilidades de explicação para a redução no cheque especial é a autorregulamentação. Essa é uma das possíveis razões, mas não afirmamos taxativamente que foi isso que aconteceu”, disse Rocha.

No início de abril, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou que os bancos vão oferecer a partir de julho um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção valerá para débitos superiores a R$ 200,00.

A expectativa da entidade é a de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelere a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor. Conforme Rocha, é possível que a baixa nas taxas do cheque verificadas já em maio tenham ocorrido, em parte, por “razões concorrenciais”. “É uma possibilidade.”

No caso do cartão de crédito, houve baixa no juro médio para pessoas físicas de 328,6% ao ano em abril para 303,6% ao ano em maio. Também neste caso, Rocha afirma que o movimento pode ter ocorrido em parte em função de antecipação às mudanças regulatórias promovidas pelo Banco Central.

Desde o início de junho, cada banco poderá definir um porcentual de pagamento mínimo da fatura do cartão, para cada cliente, conforme seu perfil e o relacionamento com a instituição financeira. Antes, o pagamento mínimo era de 15% da fatura. “O movimento (nos juros) também parece ser antecipação ao fato da mudança no cartão de crédito, da medida regulatória adotada”, disse Rocha.

Rocha informou ainda que o BC promoveu uma atualização nos valores médios dos juros do cartão de crédito na série divulgada, em função de erros em prestações de informações pelos bancos. Esta atualização abrangeu o fim de 2017 e os números de 2018 até o momento.

O chefe do Departamento de Estatísticas afirmou ainda que, apesar do fim do parâmetro de 15% para o pagamento mínimo da fatura, o BC continuará publicando as estatísticas no formato atual nos próximos meses, com dados para o crédito regular e não regular. “Eventualmente, se avaliarmos que a diferenciação não tem mais conteúdo informacional, podemos pensar em fechar os dados de novo. Mas não acontecerá no próximo mês”, disse.

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