Economia
Queda nas taxas da dívida em novembro, com cenário mais tranquilo para inflação
O coordenador-geral de operações da dívida pública do Tesouro Nacional, Helano Borges, afirmou na terça-feira, 30, que as taxas médias das emissões de dívida registraram queda em novembro, influenciadas por um cenário de inflação mais ameno e pela expectativa de redução dos juros tanto no Brasil quanto internacionalmente.
A taxa média das Letras do Tesouro Nacional (LTN) para 72 meses diminuiu de 13,63% para 13,26% ao ano entre outubro e novembro. Já a taxa da Nota do Tesouro Nacional série B (NTN-B) com vencimento em 40 anos recuou de 7,22% para 7,01% no mesmo intervalo.
Borges comentou: “Ao compararmos o fechamento das taxas em outubro com as de novembro, percebemos uma tendência de redução durante os leilões”.
Ele ressaltou que esse movimento foi impulsionado por um ambiente mais favorável para a inflação e pela perspectiva de uma política monetária doméstica mais flexível.
Além disso, destacou a queda na curva de juros interna no mês anterior, resultado do IPCA menor que o esperado em outubro e do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) abaixo da previsão em setembro. Isso fortaleceu a expectativa do mercado quanto a possíveis cortes na taxa Selic em breve.
Borges explicou: “Diversos investidores já contavam com a redução da Selic a partir de janeiro, e observamos a curva diminuindo nas faixas intermediárias e longas em cerca de 30 a 35 pontos-base”.
Ele ainda afirmou: “Os participantes do mercado projetam uma queda de aproximadamente 300 pontos-base na Selic para o próximo ano, o que é um sinal muito positivo para a administração da dívida pública”.
Reserva de liquidez
Borges informou que o órgão realizou emissões totais de R$ 1,7 trilhão para 2025, o que contribuiu para a reconstrução de sua reserva de liquidez, oferecendo maior flexibilidade para ações futuras.
“Neste ano, realizamos um volume expressivo de emissões, construindo nossa reserva de liquidez, o que nos proporciona liberdade para decisões em períodos vindouros”, declarou durante uma entrevista coletiva sobre o Relatório Mensal da Dívida (RMD) de novembro.
As emissões para 2025 foram predominantemente de títulos pré-fixados (42,3%), seguidos por papéis indexados à Selic (39,6%) e à inflação (18,1%). Só em dezembro, foram emitidos R$ 55,5 bilhões, com destaque para títulos atrelados à Selic (62%), pré-fixados (24,6%) e aqueles indexados a índices de preços (13,5%).
Borges mencionou que em dezembro ocorreu um acréscimo de 40 a 50 pontos-base nos juros futuros para os prazos intermediário e longo, após um declínio em novembro. Esse cenário refletiu tanto a percepção de que o Banco Central provavelmente não reduzirá a Selic em janeiro quanto as incertezas relacionadas ao processo eleitoral.


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