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Economia

Queda nas taxas domina fechamento da quinta-feira

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A curva de juros brasileira fechou a quinta-feira (17) com baixas nos principais prazos, especialmente nos vencimentos mais curtos, que atingiram mínimas intradiárias na segunda parte do pregão. Os prazos intermediários e longos também apresentaram recuo. Entre os fatores que influenciaram a sessão, estão o aumento das tensões no comércio global e pesquisas eleitorais, que apontam cenário mais favorável para o presidente Lula em 2026, causando uma correção nas posições do mercado.

Além disso, a desvalorização do dólar frente ao real e o cenário externo mais ameno ajudaram a aliviar as taxas futuras.

Ao final do dia, os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimentos em janeiro de 2026 mantiveram a taxa em 14,945%, igual ao ajuste do dia anterior. Já o DI de janeiro de 2027 caiu de 14,370% para 14,345%, o de janeiro de 2028 recuou de 13,758% para 13,700% e o de janeiro de 2029 passou de 13,702% para 13,620%.

Os investidores também reagiram à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que restabeleceu o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre diversas transações, conforme decreto presidencial, exceto nas operações de risco sacado. Essa decisão, embora represente um desentendimento entre Executivo e Congresso, foi vista como positiva pelo mercado, pois o aumento do imposto ajuda a frear a atividade econômica e, consequentemente, a inflação.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, destaca que as pesquisas eleitorais e as declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, foram absorvidas pelo mercado no pregão anterior e já estavam refletidas nos preços.

O que teve maior impacto hoje, segundo Cruz, foi o aumento do IOF aprovado pelo STF na quarta-feira à noite, fator que o mercado considera favorável para o controle da inflação pelo Banco Central.

“Independentemente das tensões políticas entre governo e Congresso, a elevação do IOF é vista como uma medida que ajuda o Banco Central, pois um imposto maior tende a reduzir a atividade econômica, o que diminui a pressão na demanda e leva a juros menores”, explica o estrategista.

Também no âmbito doméstico, o Índice Geral de Preços (IGP-10) de julho caiu 1,65%, influenciado principalmente pela redução de 2,42% no componente atacadista. Cruz observa que o quadro inflacionário está mais tranquilo, com as projeções do mercado revisadas para baixo tanto para o IPCA quanto para o IGP-M.

No cenário externo, os títulos do Tesouro americano (Treasuries) tiveram queda durante a maior parte da tarde, após o presidente Donald Trump negar intenção de demitir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Além disso, anunciou uma tarifa de 10% a 15% para 150 parceiros comerciais restantes, medida considerada razoável pelo mercado.

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