Quem é Coronel Tadeu, suplente de Carla Zambelli que pode assumir na Câmara

Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, cancelar nesta quinta-feira, 12, a decisão da Câmara dos Deputados que barrou a cassação da deputada Carla Zambelli, o ex-deputado Coronel Tadeu (PL-SP) deve assumir a vaga. Moraes deu um prazo de 48 horas para que o presidente da Câmara, Hugo Motta, realize a posse do suplente e pediu que o presidente da 1ª Turma, ministro Flávio Dino, marque uma sessão virtual nesta sexta-feira, das 11h às 18h, para confirmar a medida.

Oficial da Polícia Militar de São Paulo, Tadeu foi deputado federal entre 2018 e 2022, mas não conseguiu votos suficientes para a reeleição. Ele é suplente do Partido Liberal (PL) no estado. Durante seu mandato, ele defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e fez discursos contra o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vencedor da eleição para o Palácio do Planalto naquele ano.

Em 2019, Tadeu rasgou um cartaz em uma exposição sobre racismo na Câmara, na véspera do Dia da Consciência Negra. Ele arrancou, rasgou e pisou em uma obra do cartunista Carlos Latuff que mostrava um policial segurando uma arma fumegante e um jovem negro algemado no chão com a camisa do Brasil. O cartaz tinha a frase “o genocídio da população negra”.

“Policiais não são assassinos. São protetores da sociedade, e tenho orgulho de ter 600 mil profissionais trabalhando por segurança de 240 milhões de brasileiros”, escreveu Coronel Tadeu no Twitter na época. Em entrevista ao Estadão, ele afirmou não se arrepender da atitude, dizendo que a Polícia Militar foi a verdadeira vítima.

Carla Zambelli acumulou custos de R$ 654,6 mil para os cofres públicos desde que deixou o Brasil, em junho. Mesmo detida na Itália, enquanto mantivesse o mandato, seu gabinete geraria despesas de cerca de R$ 130 mil mensais. Técnicos da Câmara estimam que a deputada poderia perder o mandato apenas no final de fevereiro de 2026 por faltas, o que elevaria os gastos para mais de R$ 1 milhão.