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Quem é marco rubio, negociador de trump com o brasil

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Nomeado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para liderar as conversas sobre tarifas elevadas e demais sanções contra o Brasil, Marco Rubio é um republicano alinhado à ala conservadora de Trump, conhecido pelas críticas ao governo de Lula.

Rubio mantém contato direto com o blogueiro bolsonarista Paulo Figueiredo e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que residem nos Estados Unidos e atuam para influenciar a imposição de sanções americanas contra o governo brasileiro em retaliação a supostas perseguições contra Jair Bolsonaro.

O secretário já realizou reuniões presenciais com esta dupla em Washington. Publicamente, Eduardo Bolsonaro saudou a escolha de Rubio como representante do governo americano nas negociações, embora diplomatas considerem essa reação exagerada.

Representando o Brasil, participarão do diálogo, além do par de Rubio, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Trump e Lula planejam um encontro pessoal em breve, possivelmente durante a visita do presidente brasileiro à Malásia para a Cúpula da ASEAN neste mês.

Na liderança da pasta que administra as relações diplomáticas dos EUA, Rubio é conhecido por suas posições ideológicas próximas à extrema-direita de Trump, mesmo tendo feito críticas a ele no passado. Originário da Flórida e filho de imigrantes cubanos que deixaram seu país antes da Revolução de 1959, o político sustenta discurso crítico à imigração. Com trajetória política iniciada nos anos 2000, foi quatro vezes deputado e três vezes senador. Destacou-se como opositor das políticas do governo democrata de Barack Obama e tentou sua candidatura à Presidência em 2015, antes de apoiar Donald Trump em 2016, apesar de críticas pontuais ao comportamento do então candidato.

Rubio tem sido uma voz firme ao condenar publicamente o governo brasileiro, denunciando o que chama de “perseguição política” contra Jair Bolsonaro. Recentemente, criticou a condenação de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), alegando contínuas perseguições por parte de membros da corte, incluindo o ministro Alexandre de Moraes.

Em entrevista em setembro, qualificou os ministros do STF como “juízes ativistas”, acusando-os de tentativas de impôr regras que ultrapassam as fronteiras brasileiras, inclusive contra cidadãos americanos.

Nos últimos meses, Rubio anunciou medidas contra autoridades brasileiras, como revogação de vistos e inclusão de Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky, destinada a bloquear bens de violadores de direitos humanos.

Em julho, após a imposição de tarifas elevadas ao Brasil, afirmou que Trump deixaria claro que estrangeiros envolvidos na censura da liberdade de expressão nos EUA seriam responsabilizados.

Apesar do tom forte, Rubio nunca mencionou diretamente o presidente Lula em suas declarações sobre o Brasil.

Segundo a análise do ex-embaixador Rubens Ricupero, a expectativa exagerada de bolsonaristas sobre a nomeação de Rubio não condiz com a realidade. Para ele, a abertura do diálogo com os EUA é positiva e natural, pois Rubio é o secretário responsável pelas relações externas americanas e a indicação como negociador único é prática comum.

Ricupero destaca que a composição dos negociadores brasileiros, com ministros das áreas econômicas, revela a intenção do país de tratar a questão em termos comerciais, buscando centrar o debate nos interesses econômicos.

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