Quem é Mariângela Fialek, ex-assessora de Lira, investigada pela PF por desvios de emendas

A Polícia Federal realizou buscas envolvendo Mariângela Fialek, que foi chefe da assessoria parlamentar durante a presidência da Câmara dos Deputados sob o comando do deputado Arthur Lira (PP-AL), entre março de 2021 e o início deste ano. Atualmente, ela trabalha no gabinete da liderança do PP, recebendo salário de R$ 23.732,92.

Conhecida pelo apelido de “Tuca” entre colegas, Mariângela é reconhecida entre parlamentares como a responsável pela gestão da distribuição e liberação de emendas parlamentares no período em que Lira presidiu a Câmara. Nem Lira nem Mariângela comentaram a operação.

Formada em Direito e com quase vinte anos atuando em assessoria legislativa, Mariângela Fialek ganhou destaque principalmente durante o uso do chamado Orçamento Secreto, uma prática que permitia que emendas fossem indicadas sem a identificação do parlamentar responsável, situação que o Supremo Tribunal Federal proibiu em 2022.

Na época, Lira era um dos principais responsáveis pelo controle dos recursos, que eram incluídos no orçamento por meio das chamadas emendas de relator. Era a ela que Lira direcionava os aliados para requisitar verbas.

Além de coordenar a liberação dos recursos, durante a gestão de Lira à frente da Câmara, Mariângela acumulou posição no Conselho Fiscal da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paranaíba (Codevasf), uma empresa estatal conhecida por concentrar grande parte das verbas destinadas pelo chamado Centrão. Recentemente, ela também passou a integrar o Conselho Fiscal da Caixa Econômica Federal, instituição financeira com liderança indicada por Lira.

A operação levada a cabo pela Polícia Federal recebeu o nome de Transparência e tem como objetivo investigar possíveis irregularidades no uso de recursos públicos através das emendas parlamentares. Mandados de busca e apreensão foram realizados em Brasília, com autorização do Supremo Tribunal Federal.