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Quem foi Jeffrey Epstein e por que seu caso afetou o governo Trump

A relação do presidente americano Donald Trump com seus seguidores sofreu um abalo no último mês devido a um personagem inesperado: o milionário Jeffrey Epstein, que faleceu em 2019. Após o Departamento de Justiça dos Estados Unidos decidir não liberar mais documentos relacionados à investigação do escândalo sexual envolvendo o financista, os apoiadores do movimento Make America Great Again (Maga) acusaram Trump de falta de transparência.
Trump, por sua vez, tenta desviar a atenção pública de Epstein e resolver os problemas que esse caso tem gerado. A seguir, entenda quem era o financista bilionário, quais crimes cometeu e qual sua ligação com o presidente dos EUA.
Jeffrey Epstein nasceu e cresceu em Nova York. Sem formação superior, iniciou a carreira como professor de matemática na escola de elite Dalton School, em Manhattan. Contudo, sua fortuna veio do mercado financeiro.
Em 1976, ingressou no banco de investimentos Bear Stearns, cuja direção executiva era liderada por Alan Greenberg, pai de alunos da Dalton School. Esse trabalho permitiu-lhe construir uma ampla rede de contatos, especialmente após fundar sua própria empresa, a J. Epstein and Co, em 1982.
Quem eram os conhecidos de Epstein?
À medida que sua fortuna crescia, Epstein estreitava relações com celebridades, artistas e políticos, incluindo o príncipe Andrew, irmão do rei Charles III, o ex-presidente americano Bill Clinton, o fundador da Microsoft, Bill Gates, e o próprio Donald Trump.
Em 2019, o patrimônio líquido de Epstein foi estimado em aproximadamente US$ 560 milhões (cerca de R$ 3,1 bilhões).
Quais crimes foram cometidos por Epstein?
Epstein foi acusado de comandar uma rede de exploração e tráfico sexual de menores, juntamente com a ex-namorada Ghislaine Maxwell. Ele teria recrutado adolescentes para atos sexuais em troca de dinheiro em suas propriedades nos EUA e em uma ilha no Caribe, entre 2002 e 2005.
As investigações começaram em 2005, quando os pais de uma garota de 14 anos denunciaram que Epstein abusava sexualmente da jovem em sua casa na Flórida. Isso levou a outras denúncias, culminando na condenação de Epstein em 2008 por exploração sexual e facilitação da prostituição de menores. Na época, afirmou que os encontros eram consensuais e que acreditava que as vítimas tinham 18 anos, mas se declarou culpado e foi condenado a 13 meses de prisão e inclusão na lista federal de criminosos sexuais.
Mais tarde, em 2019, um juiz considerado o acordo ilegal, resultando na prisão de Epstein em julho daquele ano em Nova York.
Como Epstein morreu?
Um mês após sua prisão, foi encontrado morto em sua cela; a autópsia revelou suicídio. O Departamento de Justiça confirmou a causa da morte após analisar documentos e vídeos da prisão. Entretanto, teorias da conspiração alegam, sem provas, que teria sido assassinado para proteger pessoas influentes ligadas ao escândalo.
Após sua morte, as acusações contra Epstein foram retiradas, mas as investigações continuaram contra outros envolvidos, como Ghislaine Maxwell, condenada a 20 anos de prisão em 2022.
O que é a ‘lista de Epstein’?
O caso é repleto de teorias conspiratórias, algumas apoiadas pelo próprio Trump. Uma delas diz respeito a uma suposta ‘lista de Epstein’, contendo nomes de clientes influentes.
No podcast de Lex Fridman em setembro de 2024, Trump afirmou achar ‘muito interessante’ a não divulgação da lista, mas que poderia liberá-la durante seu governo e que certamente examinaria o material. Em fevereiro, a procuradora-geral Pam Bondi afirmou que revisaria essa lista.
Por que o caso gerou problemática para o governo Trump?
A crise surgiu após o Departamento de Justiça anunciar que não existia nenhuma lista de clientes de Epstein e que mais documentos não seriam divulgados.
Os apoiadores de Trump ficaram insatisfeitos e exigiram explicações quanto à falta de transparência. Trump respondeu que a repercussão do caso era causada por ‘pessoas egoístas’ tentando prejudicar Bondi por causa de Epstein, referindo-se repetidamente a ele.
Posteriormente, Trump classificou as polêmicas como obra dos democratas e chamou seus ex-aliados de ‘fracos’ por acreditarem em tais histórias.
Na semana passada, diante da crise, Trump pediu a divulgação das transcrições do processo contra Epstein, pedido negado por uma juíza federal da Flórida.

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