Economia
Real cai com tarifa dos EUA e dólar valorizado

O real encontra-se pressionado nesta terça-feira, 29, devido à valorização generalizada do dólar no mercado internacional. Isso acontece no contexto da retomada das negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China, além da ausência de progresso nas discussões com o Brasil sobre a tarifa de 50% que os EUA planejam impor às importações brasileiras a partir de 1º de agosto.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou que o início da vigência dessas tarifas não é o aspecto principal e que o prazo pode ser alterado ou revogado por meio de negociação.
O governo brasileiro busca excluir produtos sensíveis dessas tarifas, como alimentos e aeronaves da Embraer, que utiliza componentes americanos e tem forte presença no mercado dos EUA. O vice-presidente Geraldo Alckmin está conduzindo as negociações com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.
Preocupados com a possibilidade de inadimplência de exportadores devido às tarifas americanas, bancos brasileiros pediram ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a realização de mais leilões de reservas internacionais em 2025. Essa medida tem o objetivo de garantir o acesso ao dólar e ajudar nas renegociações de crédito. O Banco Central e a Febraban não se pronunciaram, enquanto o Ministério da Fazenda demonstrou preocupação com os possíveis efeitos cambiais desses leilões, conforme apurado pela Folha de S.Paulo.
Sem indicadores locais relevantes, o foco está na entrevista que o ministro Fernando Haddad concederá às 15 horas para a CNN Brasil. Há também expectativas sobre as decisões de juros que serão anunciadas na quarta-feira (30) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Brasil e pelo Federal Reserve, cujas reuniões começam hoje. Analistas esperam que ambos mantenham suas taxas de juros, diante das incertezas sobre o impacto das tarifas na inflação e na economia global.
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 2 pontos de junho para julho, situando-se em 94,8 pontos, marcando a maior queda do ano, conforme dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). Na média móvel trimestral, o índice recuou 1,1 ponto, para 96,8 pontos.

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