São Paulo – A IBM agora tem uma plataforma digital para bancos que permite fazer transferências internacionais, que poderiam levar até 48 horas, em menos de um minuto. Chamada Blockchain World Wire, essa rede de pagamentos já abrange 44 instituições financeiras, 47 moedas diferentes e oferece pagamentos em 72 países.
Essa é primeira rede de blockchain a integrar serviços de mensagens e confirmações de pagamento, compensação e liquidação de ativos. O primeiro banco brasileiro a adotar a tecnologia é o Bradesco, que também usa tecnologia da IBM na sua inteligência artificial de atendimento Bia.
Ainda em testes, o World Wire permite que você transforme moedas oficiais, como o real ou o dólar, em uma versão digital durante a transação e, quando chegar ao destino, volte a ser um ativo real. Não só é possível enviar reais para outros países, como também convertê-los na moeda desejada por meio da plataforma da IBM.
As transações internacionais utilizam o protocolo Stellar, que envia valores ponto a ponto. Desse modo, a tecnologia permite reduzir o número de intermediários em transferências do gênero, o que culmina também em menor tempo de efetivação.
O blockchain, uma espécie de livro-razão virtual com registros protegidos com criptografia (mesmo tipo de segurança usado pelo WhatsApp para proteger suas conversas), foi popularizado pelas criptomoedas, como o bitcoin, mas ainda não tinha feito sua estreia no ramo de transferências internacionais.
Mesmo com esse procedimento baseado em bitcoin, as moedas transferidas seguem com o valor regulado como no mundo real, com lastro. A IBM se uniu com a provedora americana de serviços financeiros StrongHold, empresa com a qual se aliou e julho de 2018, para a liquidação de valores na plataforma de blockchain Stellar. A companhia tem uma moeda digital chamada Stronghold USD, que têm valor estável baseado no dólar americano. O uso efetivo da tecnologia ainda depende de aprovações regulatórias. No entanto, bancos do Brasil, da Índia, da Coreia do Sul e diversos outros países já assinaram cartas de intenção de emitir as suas moedas estáveis na World Wire da IBM.
Carlos Henrique Duarte, diretor de tecnologia para blockchain na IBM Brasil, conta que a ideia é criar representações digitais fiéis para as moedas do mundo real. “Isso representa também a tangibilização de algo que hoje vemos conceitualmente: o blockchain. A mensagem que passamos com o World Wire é que ele é real e fará parte das vidas das pessoas cada vez mais”, afirmou Duarte.
Por enquanto, só o Bradesco conta com a tecnologia para transações internacionais. Mas a IBM tem intenção de expandir sua atuação nesse campo junto a outras instituições financeiras. Será esse o ano do blockchain ter um impacto efetivo nas vidas das pessoas? Ainda é preciso esperar para saber, mas isso já um começo.
Fonte Exame
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