Reforma na Grécia permite jornada de 13 horas

O Parlamento da Grécia aprovou, nesta quinta-feira (16), uma reforma controversa que autoriza jornadas de trabalho de até 13 horas em situações excepcionais.

Os deputados discutiram o projeto durante dois dias. A proposta, apresentada pelo governo conservador, enfrentou forte oposição de sindicatos e partidos contrários.

Os sindicatos convocaram duas greves gerais neste mês para protestar contra a mudança. Na manifestação mais recente, realizada na terça-feira, milhares de trabalhadores repudiaram a medida, considerando-a retrógrada e injusta, conforme declaração do partido de esquerda Syriza.

Syriza optou por não votar o projeto, e seu porta-voz parlamentar, Christos Giannoulis, classificou a reforma como uma “ aberração legislativa ”.

O governo assegura que a extensão da jornada para 13 horas é facultativa, válida somente para o setor privado e limitada a 37 dias por ano.

No entanto, sindicatos e oposição alertam que funcionários que recusarem o aumento da carga horária poderão ser despedidos.

A reforma permite que trabalhadores cubram jornadas prolongadas para um único empregador. Vale lembrar que trabalhadores com mais de um emprego já podiam exceder o tempo habitual de trabalho no país, onde a economia tem mostrado sinais de recuperação após uma severa crise financeira, mas ainda possui baixos salários.

De acordo com dados da agência Eurostat, os gregos laboram em média 39,8 horas semanais, um número superior à média da União Europeia, que é de 35,8 horas.