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Reino Unido alerta sobre mosquitos transmissores de dengue e febre amarela

Pesquisadores do Reino Unido emitiram um alerta urgente após a identificação inédita de duas espécies de mosquitos que podem transmitir doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela no território britânico.
A Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA) notificou a presença dos mosquitos Aedes aegypti e o Aedes albopictus, popularmente chamado de mosquito-tigre.
As primeiras amostras, que incluíram a captura de mosquitos adultos em armadilhas e a identificação de ovos, foram coletadas em setembro de 2023 nas proximidades do Aeroporto Internacional de Heathrow, em Londres.
Mais tarde, em agosto de 2024, novas evidências da presença dessas espécies foram encontradas em um posto de serviços na rodovia M20, situada no condado de Kent, sudeste do país.
O órgão de saúde ressaltou que a existência desses mosquitos na Europa representa uma ameaça importante à saúde pública. Além disso, indicou que as aparições recentes provavelmente se devem ao transporte de mosquitos em veículos ou cargas aéreas provenientes de países europeus como Alemanha, França, Itália e Espanha, onde essas espécies já são conhecidas.
Segundo o estudo, não há indicações suficientes de que esses mosquitos tenham se estabelecido permanentemente no Reino Unido. Os cientistas destacam que as condições climáticas atuais não são favoráveis para a disseminação generalizada das doenças transmitidas por esses insetos no país.
É sabido que a dengue necessita de um período prolongado com temperaturas entre 28 e 30 °C para se propagar de forma significativa. No entanto, os pesquisadores alertam que as mudanças climáticas podem alterar essa situação no futuro próximo.
“À medida que as áreas urbanas se tornam mais adequadas climaticamente para espécies como o Aedes albopictus, o risco de doenças transmitidas por esses mosquitos, como dengue, zika e chikungunya, tende a aumentar”, afirmam os autores do estudo publicado na revista Global Change Biology.
Clare Strode, especialista em Biologia de Vetores da Universidade Edge Hill, no Reino Unido, declarou ao jornal The Telegraph que não se trata de uma ameaça pandêmica, mas de possíveis surtos localizados no futuro.
Os cientistas concordam que a vigilância contínua no território britânico é essencial, e defendem a implementação de cooperação internacional e medidas eficazes de controle nas fronteiras para evitar que essas espécies se tornem uma ameaça permanente à saúde pública no Reino Unido.

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