Tecnologia
Reino Unido quer classificar sorteios em videogames como jogo de azar
Quem já se aventurou no universo dos videogames possivelmente já se deparou com as chamadas loot boxes (caixas de recompensa) — baús virtuais que trazem, eventualmente, itens capazes de garantir vantagens em uma partida. O recurso, aparentemente inofensivo, já era visto com ressalvas, pois como em um jogo de azar,poucas vezes a caixa contém algo que realmente ajuda. Contudo, a prática talvez seja extinta no Reino Unido, após o início de uma nova investigação que pode reclassificar as loot boxes no mesmo nível de máquinas de caça-níquel.
O desejo do Reino Unido de proibir ou regular os sorteios segue tendências similares de outros países, como a Bélgica, que em 2018 decidiu que elas eram ilegais e forçou que distribuidoras removessem todas as loot boxes dos jogos vendidos no país para que os títulos não fossem retirados das prateleiras. Na China, só é possível ter o recurso caso a porcentagem de chances do item ser sorteado seja declarada previamente para o jogador.
A vocação viciante de torcer por bons itens vindos das caixinhas está longe de ser apenas uma impressão. Uma pesquisa realizada em 2018 pelo governo australiano, que analisou o perfil psicológico de 7 000 praticantes, concluiu que as loot boxes têm as mesmas características das roletas, por exemplo. Segundo o estudo, o hábito de jogar tais games pode levar ao vício e ser “uma droga de entrada para o mundo das apostas”. O agravante ocorre quando nos cassinos só são permitidos adultos, o universo dos games também é frequentado por crianças.
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