Reitor da universidade no Texas sai após controvérsia sobre ensino transgênero

O reitor da Texas A&M University, Mark Welsh, renunciará ao seu cargo nesta sexta-feira (19), acusado de permitir uma “doutrinação transgênero” na instituição, em meio a uma onda conservadora incentivada por Donald Trump na educação dos EUA.

Desde que reassumiu a presidência em janeiro, Trump tem implementado diversas medidas contra a comunidade LGBTQIA+, incluindo um decreto que reconhece apenas os gêneros masculino e feminino.

“Reconhecemos o serviço e as contribuições do reitor, mas acreditamos que agora é hora de uma mudança para manter a excelência da Texas A&M nos próximos anos”, declarou a universidade, sem detalhar os motivos para a saída de Mark Welsh, após quase dois anos à frente da instituição.

No início de setembro, o deputado estadual republicano Brian Harrison divulgou um vídeo nas redes sociais mostrando uma discussão sobre gênero e sexualidade em uma aula de literatura infantil, conforme relatado pelo político.

No vídeo, uma estudante menciona que, de acordo com o presidente Trump, existem apenas dois gêneros, referindo-se ao decreto assinado no primeiro dia de seu mandato.

A estudante expressou que essa visão vai contra suas crenças religiosas e que não deseja promover algo que contrarie as leis do presidente. A professora respondeu respeitando o direito da aluna à sua fé, afirmando que o conteúdo não era ilegal e sugerindo que a estudante se retirasse se estivesse desconfortável.

Harrison também compartilhou um áudio em que a estudante solicita ao reitor a demissão da professora, pedido que foi negado por Mark Welsh.

Posteriormente, a professora foi afastada por não adaptar seu conteúdo às diretrizes da universidade, segundo relatos da imprensa.

No entanto, isso não satisfez os críticos. Brian Harrison afirmou que a estudante foi excluída da sala por contestar o ensino transgênero e que o reitor apoiava os estudos LGBTQIA+, pedindo intervenção do governo de Donald Trump e do governador do Texas, Greg Abbott.

Mark Welsh também recebeu críticas do vice-governador do Texas, Dan Patrick, que considerou inaceitável a postura do reitor de apoiar imediatamente a professora, desconsiderando as preocupações da aluna.

O estado do Texas adotou uma postura alinhada às políticas conservadoras que limitam conteúdos considerados contrários a valores religiosos na educação.