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Relação China-UE depende dos laços com a Rússia

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, destacou nesta quinta-feira (24) que a conexão entre a China e a Rússia é um elemento essencial nas relações da China com o bloco europeu, durante uma cúpula realizada em Pequim com o presidente Xi Jinping.
Xi Jinping enfatizou a necessidade de melhorar a comunicação e fortalecer a confiança mútua entre os lados.
Nos últimos tempos, a China tenta aprimorar sua relação com a União Europeia (UE), posicionando-se como um parceiro mais confiável em comparação aos Estados Unidos e um bastião de estabilidade global.
Tanto von der Leyen quanto o presidente do Conselho Europeu, António Costa, levaram ao encontro, que marcou os 50 anos das relações diplomáticas, diversas críticas, incluindo preocupações comerciais e a questão da relação da China com a Rússia em meio ao conflito na Ucrânia.
Von der Leyen afirmou: “A maneira como a China interage com o presidente russo, Vladimir Putin, será decisiva para o futuro das nossas relações” e pediu ações concretas para melhorar as relações bilaterais, destacando a importância deste momento.
A presidente pediu ainda que Pequim exerça sua influência para promover um cessar-fogo na guerra e apoiar negociações de paz.
Para a UE, a crescente aproximação política e econômica entre China e Rússia desde o início do conflito reforça a percepção de um apoio tácito da China à Rússia, que tem ajudado Moscow a mitigar os efeitos das sanções ocidentais.
Outro ponto crítico para a UE é o grande déficit comercial com a China, avaliado em US$ 36 bilhões, considerado insustentável por von der Leyen.
Ela pediu maior abertura do mercado chinês para empresas europeias e a flexibilização dos controles de exportação de minerais essenciais para a nova economia, área na qual a China é líder mundial.
Um novo mecanismo foi acordado para facilitar a exportação chinesa de minerais raros, reduzindo atrasos nas licenças necessárias, segundo a presidente europeia.
A UE mantém tarifas elevadas sobre veículos elétricos chineses, alegando que os subsídios do país geram concorrência desleal; a China rejeita a acusação e anunciou medidas retaliatórias contra produtos europeus como carne suína e laticínios.
Aprofundar a cooperação
Ao contrário da UE, a China viu na cúpula uma chance para fortalecer laços em tempos de conflitos globais.
Xi Jinping ressaltou que, diante da complexidade da situação internacional, é essencial intensificar a comunicação e a cooperação entre China e UE.
O líder chinês pediu decisões estratégicas acertadas de ambas as partes.
No encontro, António Costa destacou que a UE precisa avançar em questões comerciais e econômicas e expressou preocupação com os direitos humanos, ressaltando seu papel central nas relações do bloco com outros países, incluindo a China.
“Queremos uma relação de benefício mútuo”, afirmou Costa.
Em reunião à parte, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, afirmou que a estreita cooperação entre as grandes economias é uma escolha natural.
Ele ressaltou que a manutenção do comércio livre entre China e UE é fundamental para a vitalidade da economia global.
Compromissos ambientais
China e UE também firmaram um acordo para intensificar esforços conjuntos contra as mudanças climáticas.
Autoridades dos dois lados concordaram em melhorar a cooperação na transição para energias renováveis e acelerar o uso global dessas fontes limpas, conforme comunicado conjunto.

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