Relator compara indicação de Messias no STF a segurar uma granada sem pino

O senador Weverton Rocha (PDT-MA), designado relator da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal, comparou sua função à de segurar uma “granada sem pino”. Cabe a ele elaborar um parecer recomendando aos colegas a aprovação ou rejeição da nomeação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a vaga disponível na Corte.

— Me jogaram uma granada sem pino — afirmou Weverton em tom descontraído, antes de se reunir com Messias na manhã desta quinta-feira.

Vice-líder do governo, Weverton estava em Roma quando soube que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Otto Alencar (PSD-BA), entregou a relatoria a ele. O parlamentar afirmou que ainda está se atualizando sobre os desdobramentos da disputa em torno do nome de Messias.

O advogado-geral da União enfrenta resistência de alguns senadores, que preferiam a indicação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga. Messias tem se reunido com senadores desde o início da semana para tentar obter apoio.

Essa movimentação acontece sob pressão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que marcou a sabatina para 10 de dezembro, apenas nove dias após a apresentação oficial da nomeação presidencial. Essa decisão reduziu o tempo disponível do Planalto, que perdeu espaço para que o indicado visite gabinetes, converse individualmente com parlamentares e supere as resistências criadas pela forma como o presidente Lula conduziu a escolha.