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Relator da CPI critica voo de Toffoli com advogado do caso Master

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O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), relator da CPI do Crime Organizado, declarou nesta terça-feira que a presença de organizações criminosas nos Poderes da República acontece dentro de “gabinetes e escritórios em Brasília”.

— O crime organizado não é simplesmente o jovem negro armado na favela, isso é apenas um sinal. O crime organizado é o que observamos aqui em Brasília, infiltrado em gabinetes, escritórios e diversas áreas — afirmou o senador durante audiência com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

Comentando sobre as ligações do crime com autoridades, Vieira criticou indiretamente o comportamento do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli ao usar um jatinho junto com um advogado envolvido no caso Master, do qual ele é relator na Corte. A questão foi divulgada pela coluna de Lauro Jardim no fim de semana passado.

— Alguns ministros consideram normal e corriqueiro aceitar caronas em jatinhos pagos pelo crime organizado. Isso não é surpresa. Pessoas investigadas pelo crime organizado embarcam em jatinhos, participam de eventos luxuosos financiados pelo crime organizado e depois voltam para julgar casos na Corte Superior — apontou ele, sem mencionar diretamente Dias Toffoli.

Vieira ressaltou que existe um ponto claro e estabelecido da infiltração do crime organizado dentro dos Poderes brasileiros.

— Essa infiltração ocorre por meio do lobby e da advocacia sustentada em parte pela venda de acesso a gabinetes. Dei como exemplo a Suprema Corte, mas poderia citar também o Senado. Campanhas eleitorais são financiadas por organizações criminosas. Este é um país que já teve presidentes, governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores presos, porém nunca houve ministros das instâncias superiores sendo presos. Parece que estamos nos aproximando desse momento — declarou Vieira, questionando Lewandowski sobre quais seriam as soluções para esse cenário.

Lewandowski evitou discutir casos específicos, condenou “qualquer desvio ético” no Judiciário e ressaltou a necessidade de aprimorar o financiamento das campanhas eleitorais.

— É fundamental haver um controle mais rigoroso dos recursos e fundos eleitorais, que são bilionários. Cheguei a sugerir a criação de um tribunal de contas para fiscalizar essas verbas — propôs Lewandowski.

Após a forte declaração do relator sobre o envolvimento de senadores com o crime, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) questionou se Vieira gostaria de moderar suas palavras para não generalizar ações de 81 senadores. O relator reafirmou sua posição, afirmando que suas críticas se dirigem especificamente aos parlamentares que fazem lobby para empresas de apostas e bancos investigados por práticas criminosas.

— Quem atua para casas de apostas recebe financiamento do crime organizado. Quem realiza lobby para bancos que fraudam aposentados também é financiado pelo crime organizado — afirmou o parlamentar.

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