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Relator da CPI do INSS afirma que convocação do irmão de Lula terá decisão da maioria
O deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), relator da CPI do INSS, declarou que manterá uma postura equilibrada durante a investigação, sem favorecer nenhum lado. Em entrevista ao Globo, ele afirmou que as convocações abrangerão todos os envolvidos e não exclui a possibilidade de chamar para esclarecimentos o irmão do presidente Lula, José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico.
Frei Chico atua como vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), uma das organizações mencionadas no esquema de desvios envolvendo descontos indevidos nos benefícios dos aposentados.
Indagado sobre orientações recebidas do presidente da Câmara, Hugo Motta, que o designou relator, Ayres afirmou que não houve instruções específicas, apenas o pedido para conduzir os trabalhos com responsabilidade e equilíbrio, em parceria com o presidente da comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM).
Quanto às investigações já em andamento, a CPI irá se basear na Operação Sem Desconto e em auditorias da Controladoria-Geral da União (CGU), mas busca ir além para levantar novas provas e identificar possíveis falhas. Também será analisada a questão do crédito consignado. Inicialmente, serão ouvidos órgãos técnicos como a CGU e o INSS para melhor compreensão do esquema fraudulento.
Sobre a convocação do irmão do presidente, o relator destacou que a CPI é um colegiado e a decisão será da maioria dos membros. Todos que forem citados serão chamados para prestar esclarecimentos, porém, ninguém será pré-julgado.
Referindo-se à polarização política que envolve a CPI, Ayres ressaltou que ambos os lados possuem justificativas e que o foco será investigar os fatos, independentemente de partido ou governo. Ressaltou que existe um esquema criminoso que prejudica os mais vulneráveis e que não protegerá ninguém.
Desde sua nomeação, o deputado relatou não ter sofrido pressões, apenas manifestações isoladas nas redes sociais, que não comprometem sua independência.
Quanto às críticas da oposição sobre a falta de diálogo na escolha do relator, Ayres afirmou estar aberto ao diálogo com todos os envolvidos, incluindo as autoras do requerimento de criação da CPI, as senadoras Damares Alves e a deputada Coronel Fernanda.
O relator se considera independente, embora faça parte do Republicanos, e destacou sua atuação equilibrada, votando contra o governo em alguns temas e contra a direita em outros. Ele mantém relação institucional com o governo federal para beneficiar seu estado, Tocantins, mas não se considera base.
Sobre a gestão do presidente Lula no terceiro mandato, Ayres comentou que houve limitações e que o governo poderia ter feito mais, embora fatores econômicos e ideológicos dificultem. Ele destacou a aprovação de pautas importantes pelo Congresso, contradizendo a ideia de que a Câmara é contra o governo.
Referente à postura do deputado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, o relator classificou como um ato inédito e absurdo, defendendo a liberdade de expressão, mas com limites que respeitem a democracia, a República e o patriotismo genuíno.
Sobre a prisão do ex-presidente Bolsonaro, Ayres afirmou que é uma questão do Judiciário e que, pessoalmente, considera que algumas penas foram exageradas, mas que essa é uma discussão para mudanças no Código Penal, não para o Congresso.
Por fim, sobre o apoio do Republicanos ao presidente Lula em 2026, o deputado declarou que a decisão será do partido. Ele destacou o governador Tarcísio de Freitas como principal nome do Republicanos, que poderá disputar a Presidência ou a reeleição em São Paulo, mas ainda é cedo para definir.

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