A República Checa anunciou nesta quarta-feira o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel. Ao contrário da decisão do presidente americano Donald Trump, o país fez ressalvas sobre a medida, que foi comunicada por seu ministério de Relações Exteriores. O jornal Times of Israel e a rede americana CNN informaram sobre a resolução.
“A República Checa, antes da assinatura de um acordo de paz entre Israel e Palestina, reconhece Jerusalém como a capital de Israel nas fronteiras dos contornos demarcados de 1967”, lê-se o comunicado do ministério, referindo-se ao território israelense antes da Guerra de Seis Dias, quando forças judaicas capturaram a porção oriental da cidade que estava sob controle jordaniano desde 1948.
Em termos práticos, Praga assume que a parte ocidental de Jerusalém corresponde à capital israelense. A cidade como um todo, contudo, “é a capital futura de ambos os estados, ou seja, o Estado de Israel e o futuro Estado da Palestina”, diz a mensagem, que alega que o posicionamento é compartilhado por “outros membros da União Europeia”. É a primeira vez que um país do bloco reconhece Jerusalém – em todo ou em parte – como capital do Estado judaico.
A República Checa empossou nesta quarta-feira o novo primeiro-ministro do país, Andrej Babiš. O magnata, investigado por fraude durante a corrida eleitoral, fez do combate a imigrantes ilegais uma de suas principais bandeiras políticas. A decisão anunciada pelo ministério de Relações Exteriores sobre o status de Jerusalém pode ser um indicativo da visão do oficial sobre a questão, vista com um viés pró-Israel pela antiga legislatura. Em maio, o Parlamento aprovou uma resolução pedindo o reconhecimento de Jerusalém como capital israelense.
O anúncio de Praga descarta momentaneamente a mudança da embaixada do país para Jerusalém. “O ministro [das Relações Exteriores] poderá considerar a mudança da embaixada checa apenas baseado no resultado das negociações com aliados na região e no mundo”, diz o comunicado. Entretanto, o Canal 1 de televisão israelense reportou nesta quarta-feira que o país estaria efetivamente avaliando a medida. Segundo a emissora, o presidente Rodrigo Duterte, das Filipinas, também expressou interesse em mudar a embaixada do país asiático para Jerusalém.
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