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Resumo dos Destaques do Discurso de Lula na Assembleia da ONU

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Como já é tradição, o Brasil foi o responsável pelo discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou por cerca de 18 minutos sobre temas tanto domésticos quanto internacionais. A seguir, os principais destaques do seu discurso:

Críticas a sanções e defesa da democracia

Sem mencionar diretamente o presidente norte-americano Donald Trump, Lula condenou as “sanções arbitrárias e unilaterais” dos Estados Unidos, ressaltando que o mundo presencia um aumento do autoritarismo.

“O multilateralismo está diante de uma nova encruzilhada. A autoridade desta organização [ONU] está sob ameaça. Estamos vendo uma desordem internacional marcada pela política do poder, violações de soberania e sanções arbitrárias. Intervenções unilaterais estão se tornando comuns.”

Julgamento de Bolsonaro

Lula salientou que, pela primeira vez em 525 anos da história do Brasil, um ex-chefe de Estado foi condenado por tentar subverter o Estado Democrático de Direito, referindo-se ao recente julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Destacou que a impunidade não conduz à pacificação.

“Diante do mundo, o Brasil enviou uma mensagem clara a todos os autocratas e seus apoiadores. Nossa democracia e soberania são inegociáveis. Seguiremos como uma nação independente e como um povo livre de qualquer tipo de controle. Democracias verdadeiras vão além das eleições; elas exigem redução das desigualdades e garantia dos direitos fundamentais.”

Migração e pobreza

Lula mencionou o progresso recente do Brasil, que saiu do Mapa da Fome, e afirmou que pobreza e desigualdade são inimigas da democracia. Criticou a disparidade de gênero e quem culpa migrantes pelos problemas sociais.

“A democracia falha quando as mulheres ganham menos do que os homens ou são vítimas de violência doméstica. Ela enfraquece quando se fecha e responsabiliza migrantes pelos males do mundo.”

Big Techs

O presidente abordou tanto as oportunidades quanto os riscos das grandes empresas de tecnologia. Destacou que o Brasil aprovou uma das legislações mais avançadas do mundo para proteger crianças e adolescentes na internet, impedindo a exposição precoce nas redes sociais.

“A democracia também se mede pela capacidade de proteger as famílias e a infância.”

Genocídio palestino

Em uma das críticas mais duras, Lula condenou o que chamou de genocídio em Gaza, pediu o reconhecimento da Palestina como Estado e alertou que o povo palestino corre perigo de desaparecer.

“Os ataques terroristas do Hamas são inaceitáveis. Mas nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em andamento em Gaza. Sob os escombros estão milhares de mulheres e crianças inocentes, além do direito internacional e do mito da superioridade ética do Ocidente.”

América Latina

Lula afirmou que a América Latina enfrenta polarização e instabilidade crescentes. Defendeu o diálogo com a Venezuela e um futuro livre de violência para o Haiti. Reprovou a classificação de Cuba como país patrocinador do terrorismo.

“É preocupante equiparar criminalidade ao terrorismo. A maneira mais eficaz de combater o tráfico é cooperar para impedir lavagem de dinheiro e controle de armas.”

Clima e COP 30

Lula ressaltou a importância de colocar a luta contra as mudanças climáticas no centro da ONU. Propôs um conselho para acompanhar ações globais e pediu compromissos reais para reduzir emissões de gases de efeito estufa.

“Armas nucleares não nos protegerão da crise climática. 2024 foi o ano mais quente já registrado. A COP30, em Belém, Brasil, será o momento da verdade, onde líderes deverão comprovar seu compromisso com o planeta.”

Mujica e Papa Francisco

Para finalizar, Lula lembrou que este ano o mundo perdeu duas figuras que representaram os melhores valores humanistas: o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, e o Papa Francisco. Destacou que, se estivessem presentes, eles usariam este espaço para enfatizar que a única derrota verdadeira é a inércia, e que é preciso coragem para agir todos os dias e construir um futuro melhor.

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