Economia
Reuniões entre ministros do Brasil e EUA são previstas antes de encontro entre Lula e Trump

Após o telefonema entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, ocorrido na manhã de segunda-feira, o próximo passo será a realização de encontros entre figuras importantes dos governos brasileiro e americano para organizar a reunião entre os dois líderes.
Assessores de Lula e diplomatas estão confiantes de que estas conversas acontecerão em breve, dependendo somente dos compromissos internos das autoridades dos Estados Unidos.
Marco Rubio, secretário de Estado designado por Trump para conduzir a negociação comercial com o Brasil, deverá dialogar com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira. Eles se encontraram pela primeira vez em Washington, em julho, durante um período de tensões entre os dois países.
Espera-se que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, mantenha contato com o secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick. Ambos já tinham conversado anteriormente em situações diferentes. Alckmin também poderá dialogar com Rubio e com o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentará se reunir com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. Haddad estará em Washington na próxima semana para compromissos relacionados ao G20, ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional.
Vieira, Alckmin e Haddad acompanharam Lula no Palácio da Alvorada durante a conversa telefônica com Trump.
O local para o encontro ainda não está definido. A Malásia é o local mais provável, já que sediará a reunião da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) no dia 26 deste mês, à qual Lula, Trump e outros líderes foram convidados.
Segundo relatos das pessoas próximas a Lula durante o telefonema, outras possibilidades mencionadas para o encontro foram uma visita de Trump a Belém para a COP30, no início de novembro, o que seria inesperado, ou uma ida de Lula aos Estados Unidos.
Fontes do governo brasileiro informam que a prioridade agora é evitar a escalada da crise entre Brasil e EUA. Portanto, antes de aliviar tarifas ou suspender sanções contra brasileiros como o ministro do STF Alexandre de Moraes, é necessário garantir que ataques sejam interrompidos.
Durante dois meses, Trump condicionou negociações a uma suspensão do processo contra Jair Bolsonaro no STF — uma postura considerada desrespeitosa pelo governo brasileiro —, mas no telefonema, não mencionou o nome do ex-presidente, indicando que busca negócios com o Brasil.
Marco Rubio tem sido um crítico contundente do governo e Judiciário do Brasil, mas os ataques cessaram após o anúncio do encontro entre Lula e Trump.
Embora Rubio tenha um perfil ideológico controverso, diplomatas brasileiros acreditam que sua atuação será de obediência às diretrizes de Trump, facilitando negociações diretas, apesar das divergências políticas prévias.

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