Centro-Oeste
Risco de fracasso no programa de gás popular no DF

Revendedoras do Distrito Federal (DF) manifestam preocupação em participar do programa Gás do Povo, lançado pelo governo federal. Empresários alegam que o preço fixado para os botijões está abaixo do praticado no mercado.
O governo federal, sob a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estabeleceu valores de referência para o botijão pelo país. O programa, que substitui o antigo Auxílio Gás, visa fornecer o gás de cozinha (GLP) gratuitamente às famílias de baixa renda.
Para o DF, o valor fixado foi de R$ 95,52. Contudo, o Sindicato das Empresas Transportadoras e Revendedoras de Gás LP do DF (Sindvargas) aponta que esse valor não corresponde à realidade do mercado local, o que pode impedir que muitas revendas se envolvam no programa.
“As entidades representantes buscam diálogo com o Ministério de Minas e Energia (MME). Sem entendimento, o programa poderá não ser implementado no DF”, declarou Sérgio Costa, presidente do Sindvargas.
As revendedoras concordam em participar voluntariamente, desde que os preços sejam baseados na média regional divulgada semanalmente ou mensalmente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que apresenta valores acima dos R$ 95,52 fixados.
Custos operacionais
Segundo o sindicato, muitos pontos de venda já compram gás por valores superiores a R$ 90, tornando inviável a adesão ao programa com o preço atualmente estipulado, uma vez que isso comprometeria a rentabilidade e a cobertura dos custos operacionais.
Sindvargas defende que ajustes nos valores são essenciais para garantir a viabilidade econômica e a continuidade dos serviços.
Os valores oficiais do reembolso por região foram divulgados no Diário Oficial da União, com valores variados conforme o estado e o Distrito Federal.
Sobre o programa
Assinada em 4 de setembro, a medida provisória estabeleceu o programa Gás do Povo, que visa substituir o Auxílio Gás, atualmente oferecido a cerca de 5 milhões de famílias, com subsídio de R$ 108 para o botijão.
O novo programa propõe um modelo de voucher para que beneficiários possam retirar botijões diretamente nas distribuidoras credenciadas, facilitando o acesso ao produto para famílias inscritas no Cadastro Único com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa.
O número de botijões permitidos por família varia conforme a composição familiar, garantindo fornecimento adequado às necessidades de cada domicílio.
Resposta do governo
Contatado, o Ministério de Minas e Energia mantém diálogo aberto para discutir as questões apresentadas pelas revendedoras do DF.

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