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Rodoviários de três empresas fazem greve por falta de salário
Quem depende do transporte público para chegar ao trabalho vai enfrentar mais um dia de transtorno nesta sexta-feira (5/12). Além da empresa MCS, que paralisou as atividades nessa quinta-feira (4/12), a Alternativa e a São José também cruzam os braços por falta de pagamento. Os rodoviários dessas empresas afirmam que só voltam ao trabalho quando a situação for normalizada. Está prevista uma assembleia ainda na manhã desta sexta-feira, onde eles devem decidir pela greve geral.
A empresa MCS, que possui 222 trabalhadores e 50 micro-ônibus, reclama que o pagamento da primeira parcela do 13° salário ainda não foi depositado. Com cartazes e faixas, os rodoviários estavam até por volta das 6h40 na porta da garagem da empresa, no Recanto das Emas, uma das cidades mais afetadas pela falta do transporte. Às 7h, eles bloquearam a principal saída da região, causando um grande congestionamento. A greve prejudica ainda os moradores do Guará I e II, Riacho Fundo I e II e a Estrutural.
Funcionários da Alternativa estacionaram vários carros na porta da garagem da empresa, em Brazlândia, impedindo também a saída dos veículos da São José. Nenhum ônibus saiu do local até o momento. Os rodoviários reclamam que, além da falta do 13°, os salários de novembro e dezembro estão atrasados, além do tíquete alimentação.
O repasse das companhias está previsto para esta sexta-feira, mas, até o início da noite de ontem, o Governo do Distrito Federal (GDF) ainda não tinha transferido a verba para as empresas. Segundo o secretário de Imprensa do Sindicato dos Rodoviários do DF, João Jesus de Oliveira, se o governo não repassar o dinheiro às empresas até o fim da tarde de hoje, a categoria não trabalhará amanhã. “Estamos na expectativa de que paguem, mas, se isso não for feito, vamos amanhecer sem rodar”, avisou.
O Sindicato das Empresas Rodoviárias afirmou que o GDF teria se comprometido a fazer a transferência para o pagamento ainda hoje. Ao todo, cinco empresas aguardam resposta do governo. A reportagem tentou contato com o DFTrans na tarde de ontem, mas o presidente do órgão, Jair Tedeschi, não atendeu a reportagem.
Uma das últimas greves, no mês passado, durou oito dias. O motivo: atraso no pagamento dos salários e dos tíquetes-alimentação. A paralisação dos rodoviários da Pioneira, responsável pelo atendimento da bacia 2 do transporte público do DF — que atende Itapoã, Paranoá, Jardim Botânico, Lago Sul, Candangolândia, Park Way e São Sebastião, além do Expresso DF em Santa Maria e no Gama —, afetou cerca de 200 mil brasilienses. Ainda em novembro, funcionários da Pioneira e da Marechal voltaram a cruzar os braços por falta de pagamento. Isso deixou pelo menos 500 mil usuários, em 13 regiões administrativas, sem transporte público. Juntas, as duas empresas são responsáveis por 1.104 ônibus, ou 40% da frota do Distrito Federal.
A paralização da MCS começou às 5h de ontem. Segundo Nil Rodrigues da Silva, diretor do Sindicato dos Rodoviários, a cooperativa atrasou o pagamento do 13º salário, que deveria ter sido feito em 30 de novembro. “A empresa deve os funcionários e disse que não tem como pagar”, afirmou o dirigente. O diretor financeiro da MCS, Péricles Filgueiras, corrobora a afirmação e disse que falta um repasse da bilhetagem eletrônica. Para Filgueiras, só o valor da catraca não dá para saldar as dívidas e, por isso, os coletivos continuam parados. “Tem gasto com diesel, peças, limpeza, entre outras coisas. Fizemos um acordo de pagar aos poucos, mas isso não supre os funcionários. O montante que o DFTrans nos deve da bilhetagem daria para acabar com essas dívidas”, justificou.
O diretor-geral do DFTrans, Jair Tedeschi, afirmou, na manhã de ontem, que o valor citado pela MCS é de R$ 600 mil. Seria um subsídio referente às passagens de deficientes e estudantes na bilhetagem eletrônica. “São dois meses de atraso. Temos feito um repasse diário, mas devemos em torno de R$ 600 mil”, reconheceu.
Fonte: Correio Web
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