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Rollemberg desperta otimismo com discurso de austeridade e rigor
O discurso do novo governador do Distrito Federal contou com o apoio de brasilienses ilustres. O anúncio de medidas austeras para sanear as contas públicas foi considerado o principal ponto positivo e a sinalização de que Rollemberg (PSB) está no caminho certo. Todos, no entanto, concordam em um ponto: a jornada será difícil, diante de uma população impaciente por resultados práticos, de uma relação delicada com o Legislativo e da condição de penúria financeira do governo federal, que conta com restritos recursos para auxiliá-lo.
O economista Gil Castello Branco, secretário-geral da Associação Contas Abertas, destacou que a situação de Rollemberg é complicada. “Ele negociou com o governo federal o adiantamento do Fundo Constitucional e dispensou o coquetel de encerramento para economizar. Porém, terá que cortar ainda mais os gastos excessivos com a máquina pública. Uma alternativa pode ser a revisão das obras da cidade administrativa, que suga dos cofres R$ 17 milhões mensais, e do Estádio Mané Garrincha”, disse.
As soluções não são simples, admitiu Castello Branco, mas terão que ser feitas de forma ágil. “A paciência da população está no fim. É um abacaxi que ele vai ter que descascar com certa rapidez. Será como trocar os quatro pneus com o carro andando, já que não tem a maioria na Câmara e não passou por uma transição pacífica com o ex-governador.”
A arquiteta Maria Elisa Costa, filha do urbanista Lucio Costa, mundialmente conhecido pelo projeto do Plano Piloto de Brasília, emocionou-se com o discurso. “O que mais me impressionou é que eu não contava que ele tivesse essa postura tão apaixonada por Brasília. Conheço-o desde menino. Achei que seria mais moderado. Considero essa fala tão apaixonada um sintoma de renovação”, assinalou.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF), Luiz Carlos Botelho Ferreira, também elogiou a determinação e a capacidade de expressar esperança. “A simplicidade, a espontaneidade e o fervor das intenções me deixaram convencido da verdade e do propósito. Sem rebuscamento, Rollemberg mostrou clareza e energia nos pontos certos. Ou seja, uma correção de rumos para o DF.”
Paulo Muniz, presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-DF), ressaltou o trecho no qual Rollemberg afirma que não há diferença entre o Plano Piloto e o resto do DF. “Ele tem até agora sido coerente. Acho que, pela primeira vez, o DF vai ter um governador com vínculos importantes com a capital.”
Assim como na batalha eleitoral — Rollemberg teve 55,6% dos votos válidos —, o governador está longe da unanimidade. Para os insatisfeitos, sua primeira declaração foi recheada de pessimismo e incongruências, na tentativa de justificar uma possível futura derrota. O arquiteto Carlos Magalhães, ex-representante do escritório de Oscar Niemeyer em Brasília, foi a voz destoante, entre tantos elogios.
“Ele (Rollemberg) e sua turma estão apresentando o caos a Brasília, copiando o que outros governos fizeram. Afinal, apesar de não transmitir força, ele ainda é jovem. Tem obrigação de, pelo menos, nos passar esperança.” O discurso do caos, detalhou Magalhães, é uma estratégia antiga para acobertar “inabilidades”. “Só serve para preparar a população para o fracasso lá na frente. Estou só assistindo. Quero ver no que vai dar”, alerta Magalhães.
Fonte: Correio web
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