Brasil
Rotas de Integração Sul – Americana e Desenvolvimento Regional são pauta de reunião entre FPALCA e Ministério do Planejamento

“A logística, a infraestrutura, a conectividade e a circulação de pessoas, serviços e produtos são o que vão fazer, de verdade, a gente conseguir ter um nível de relação com os países vizinhos e com o continente africano, que possa nos fortalecer e contribuir para enfrentarmos, juntos, os desafios do futuro. Foi com esse intuito que surgiu a Frente”, afirmou o secretário-executivo da Frente Parlamentar – Brasil, América Latina, Caribe e África, Adriano Carneiro, ao apresentar o grupo parlamentar ao secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento e Orçamento, João Villaverde, em reunião ocorrida no dia 26/8, em Brasília.
Villaverde lidera, juntamente com a ministra Simone Tebet, o megaprojeto Rotas de Integração Sul-Americana, que vai revolucionar a logística e as relações comerciais entre o Brasil e o Sul Global. O secretário fez questão da presença de parte de sua equipe técnica na reunião que tratou, entre outras questões, sobre possíveis contribuições do parlamento ao projeto, e sobre a inclusão dos municípios brasileiros que fazem parte do trajeto das rotas – e como a população dessas localidades poderá ser beneficiada diretamente pelas ações que vem sendo desenvolvidas.
Adriano Carneiro falou sobre a atuação da Frente – que tem como presidente o deputado federal Zeca Dirceu – e destacou a possibilidade de aproximação dos parlamentares que a integram com essa “iniciativa fantástica da ministra Simone Tebet e seu time.” “Sabemos que existem demandas dentro do País com as quais podemos contribuir, de forma prática, com esse trabalho fantástico que vocês estão desenvolvendo”, disse.
Municípios nas rotas
O encontro contou, ainda, com a presença de José Antônio Prates, vice-Presidente para a América Latina da Associação Brasileira de Municípios – ABM – e três vezes eleito prefeito da cidade de Salinas (MG), que relatou sua ligação histórica com o Peru – onde viveu exilado no período da ditadura militar e realizou trabalhos comunitários juntamente com o educador Paulo Freire.
“Eu nunca admiti que uma estrada de ferro, ou uma rodovia passe por algum lugar e apenas passe e deixe por lá uma placa. Lá vivem as pessoas. Essas pessoas têm que ser integradas em tal projeto. É isso que eu defendo como vice-presidente para a América Latina”, disse.
Prates relatou que está atuando em uma pauta de entendimento entre a ABM e o governo do Peru, para que o projeto da Ferrovia Bioceânica seja integrado com as pautas municipais dos dois países.
João Villaverde destacou que tanto a fala de Carneiro quanto a exposição de Prates vêm ao encontro dos objetivos e desdobramentos que o “Rotas” está assumindo no momento.
A subsecretária de Articulação com Estados e Municípios, Sandra Amaral, destacou uma ação que seu setor está realizando “para identificar necessidades, capacidades e vocações desses estados e municípios que podem ser melhor aproveitadas dentro da perspectiva da integração”.
Integração de todos os Estados do Brasil e comércio intrarregional
O secretário Villaverde apresentou o desenho mais atual das rotas de integração, cujo projeto inicial contemplaria apenas os 11 estados brasileiros que fazem fronteira com a América do Sul, mas que agora contemplará todas as unidades da federação.
“Nós ouvimos todos os outros estados brasileiros, pois não é porque o rio saiu de um estado de fronteira que ele deixa de ser uma hidrovia”, explicou Villaverde, mostrando a extensão do projeto para os estados não fronteiriços e toda a gama de infraestrutura desenhada com as rotas, que possibilitarão melhorias no comércio intrarregional.
“Na América Central e do Norte, por exemplo, 40% dos bens e serviços que são produzidos lá todos os dias, pelas pessoas que estão lá todos os dias, são consumidos por lá mesmo. Na Ásia, 58%. Na Europa, 62%. A América do Sul e o continente africano são os que estão destoando para baixo. Então, quando a gente fala de aproximar o Brasil, aproximar a América do Sul dos padrões do mundo, é isso. É fazer o que o mundo faz”, enfatizou o secretário.
Villaverde falou, ainda, sobre as mudanças nas exportações brasileiras ao longo das décadas – que atualmente tem a China como principal destino, e sobre as diversas obras ferroviárias que aguardam conclusão em diversos estados do País, que farão integração com a bioceânica, que em encurtará distâncias no transporte de produtos brasileiros para seus principais destinos.
Adriano, que tem vasta experiência em países do continente Africano e da América Latina, parabenizou Villaverde e toda equipe pelo trabalho. “Quando a gente vê esse trabalho de vocês nas Rotas, isso nos permite avançar e propor, em nível regional, uma discussão mais robusta para que a gente trabalhe a política de Estado, os planos de desenvolvimento regional, e agendas de médio e longo prazo de desenvolvimento”, disse.
O secretário da Frente destacou ainda que Zeca Dirceu, presidente da FPALCA, é membro do Parlasul, e que a frente foi criada pelo ex-deputado Washington Qua Qua, atual prefeito de Maricá (RJ) e presidente do BRICS Municípios, o que amplia as possibilidades de diálogo sobre integração regional.
Todos os participantes concordaram em uma agenda propositiva e prática, começando por um diálogo da SAI com o Parlasul e com a ABM.
Conheça mais sobre o projeto das cinco rotas de Integração e Desenvolvimento Sul-Americana:

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