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Rua 25 de março na mira de tarifas dos EUA

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“Só por educação, o que você procura?”, sussurra um homem para qualquer pessoa que passa pela sua esquina, exibindo um sorriso e mostrando um cardápio de relógios, carteiras, tênis, camisas e outros artigos com marcas famosas estampadas.

Conhecido como Alemão 25, ele tem cerca de 30 anos e atua atraindo clientes na 25 de Março, um dos maiores centros de comércio popular da América Latina. Recentemente, este local foi apontado pelo governo dos Estados Unidos como um foco de produtos falsificados.

Os EUA iniciaram uma investigação sobre práticas comerciais injustas no Brasil, após o anúncio de tarifas de 50% a partir de 1º de agosto.

O relatório norte-americano destaca que a região da 25 de Março mantém-se como um dos maiores mercados de produtos falsificados há décadas, criticando a proteção da propriedade intelectual no Brasil.

Alemão 25 comenta sorridente que “pirataria não é crime: é economia”.

Causas Apontadas

A 25 de Março atrai cerca de 200 mil visitantes diários, com mais de três mil lojas distribuídas por 17 ruas.

Lá, encontram-se produtos nacionais e importados, originais e falsificados, com variedade e qualidade variadas.

De tecnologia a roupas, perfumes, brinquedos e muito mais, a 25 é conhecida pela grande variedade e preços acessíveis.

Anderson Ferreira, comerciante de 52 anos, acredita que as tarifas são consequência de disputas políticas entre governos, referindo-se a Bolsonaro.

O ex-presidente Trump mencionou também uma suposta “caça às bruxas” política no Brasil, mencionando eventos relacionados a Jair Bolsonaro.

Victor Felício, de 29 anos, vê a situação como resultado das tensões entre o Brasil e os EUA, especialmente após a cúpula dos Brics realizada no Rio de Janeiro.

Perspectivas dos Comerciantes

Muitos vendedores preferem não falar com a imprensa. A região conta com comerciantes de diversas origens, incluindo comunidades chinesas e sírio-liberais.

Juliana, vendedora de perfumes, afirma que os produtos da 25 são iguais aos vendidos como originais em outras lojas, com melhor preço.

Comerciantes afirmam que muitos produtos não são falsificações, mas contrabandeados.

A falsificação e o contrabando representam uma perda anual de cerca de 75 bilhões de dólares para o Brasil, devido à evasão fiscal e concorrência desleal.

Contudo, a União dos Comerciantes da 25 afirmou que a maioria dos lojistas atua legalmente e que os produtos são geralmente importados da China, sem vínculo com os EUA.

As vendas são focadas no mercado brasileiro, e provavelmente não serão diretamente impactadas pelas tarifas americanas.

Rui Costa, ministro da Casa Civil, ironizou a preocupação dos Estados Unidos com a 25 de Março, destacando a importância econômica da região.

Para Maria Pauline, diarista de 61 anos, a 25 continuará sendo uma opção econômica frequente, pois ali encontra preços mais baixos.

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