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Rússia apresenta nova ideia aos EUA sobre Ucrânia após ataque em Kiev

Marco Rubio, secretário de Estado dos Estados Unidos, informou nesta quinta-feira (10) que Serguei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, propôs uma “nova ideia” sobre a Ucrânia durante uma reunião honesta na Malásia, após um ataque com muitos drones russos que resultou na morte de duas pessoas em Kiev.
Os ataques russos aumentaram nas últimas semanas, alcançando um recorde de vítimas civis em junho na Ucrânia, com 232 mortos e 1.343 feridos, conforme dados das Nações Unidas divulgados nesta quinta-feira.
Nesse cenário, com as negociações para encerrar o conflito sem progresso, Rubio disse que Lavrov apresentou “uma nova ideia ou conceito” que será levado ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para avaliação.
O secretário ressalvou que essa proposta não representa uma nova estratégia ou uma iniciativa que vá garantir a paz automaticamente, mas pode ser uma oportunidade para avançar nesse sentido.
Rubio também comunicou que durante esse diálogo franco em Kuala Lumpur expressou a decepção e a frustração do presidente Trump pela ausência de progresso no fim da invasão russa à Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, informou que os Estados Unidos enviarão mais armamentos a Kiev, com datas definidas para a entrega.
Do lado europeu, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a ampliação da força expedicionária franco-britânica em até 50 mil soldados, que poderá formar a base de um possível contingente militar para garantir um cessar-fogo na Ucrânia.
A Rússia, entretanto, se opõe à implantação dessa força militar no país.
Na sequência de um novo ataque russo que causou a morte de duas pessoas e ferimentos em 22 outras, Zelensky pediu que seus aliados apliquem sanções contra Moscou com maior rapidez.
A força aérea ucraniana informou que a Rússia lançou 415 drones e mísseis, dos quais 382 foram interceptados, destruídos ou perdidos.
Na capital, Kiev, foram ouvidas explosões durante toda a noite, acompanhadas de clarões no céu provocados pelos sistemas de defesa aérea.
Na Rússia, ataques ucranianos com drones resultaram na morte de dois civis nas regiões de Belgorod e Kursk, conforme dados locais.
Durante visita a Roma, Zelensky participou de uma videoconferência com líderes de 30 países da Coalizão de Voluntários, que apoia a Ucrânia contra a invasão russa.
Ele destacou que o foco principal deve ser o bloqueio dos drones e mísseis russos, para o que são necessários mais suprimentos de defesa aérea e investimentos em tecnologia de intercepção.
A primeira-ministra italiana, Georgia Meloni, anunciou compromissos financeiros no valor total de 10 bilhões de euros, sem detalhar os valores. A União Europeia também declarou que disponibilizará 2,3 bilhões de euros para a reconstrução da Ucrânia.
Apesar das duas rodadas de diálogo direto entre Rússia e Ucrânia neste ano, ainda não houve avanços significativos para um cessar-fogo, sendo que o máximo alcançado foi um acordo para a troca gradual de prisioneiros.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, negou que as negociações estejam paralisadas e afirmou que Moscou espera sinais de Kiev para marcar uma terceira rodada de conversas bilaterais, enfatizando que o conflito continuará enquanto os objetivos russos não forem alcançados diplomaticamente.
O Kremlin mantém sua rejeição ao cessar-fogo, exigindo que a Ucrânia entregue quatro regiões parcialmente ocupadas e renuncie à entrada na OTAN, condições consideradas inaceitáveis por Kiev.

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