Rússia assume controle de área em Dnipropetrovsk pela 1ª vez

Rússia afirmou nesta segunda-feira (7) ter conquistado uma localidade na região ucraniana de Dnipropetrovsk. É a primeira vez desde o início do conflito, em fevereiro de 2022, que Moscou declara avanço em uma área do centro-leste da Ucrânia.

Antes desse anúncio, as tropas russas intensificaram ataques com drones e mísseis em várias regiões da Ucrânia, enquanto as negociações para cessar-fogo, intermediadas pelos Estados Unidos, permanecem paralisadas.

A Ucrânia assumiu responsabilidade por ataque com drones contra uma fábrica de munição russa na região de Moscou.

Rússia comunicou a tomada da localidade de Dachne, situada em Dnipropetrovsk, uma região conhecida pela mineração que frequentemente sofre bombardeios.

De acordo com o comunicado do Exército russo: “A localidade de Dachne, na região de Dnipropetrovsk, foi liberada”.

Entretanto, a Ucrânia rejeita o avanço das forças russas em Dnipropetrovsk, afirmando que suas tropas conseguiram conter uma ofensiva próxima a Dachne.

A entrada das tropas russas em Dnipropetrovsk representaria um revés simbólico para as forças ucranianas, que enfrentam desafios devido à escassez de soldados e armamentos.

Além do valor simbólico, um avanço russo poderia influenciar as negociações do conflito, que estão paradas há semanas.

A Rússia exige que a Ucrânia ceda quatro regiões, além da Crimeia anexada em 2014, e abandone o processo de adesão à Otan, pedidos considerados inaceitáveis por Kiev, que exige a retirada completa das tropas russas.

Antes da guerra, quase três milhões de pessoas residiam em Dnipropetrovsk e um milhão na cidade de Dnipro, alvo frequente de ataques russos.

Diante dos avanços russos em Donetsk e Luhansk, muitas pessoas buscaram refúgio em Dnipropetrovsk.

Zona-tampão

O especialista militar ucraniano Oleksii Kopitko comentou à AFP que a Rússia pode buscar estabelecer uma “zona-tampão” para limitar ataques ucranianos nas linhas de frente e em seu próprio território.

Kopitko, ex-assessor do Ministério da Defesa ucraniano, acredita que os recursos russos não são suficientes para um avanço rápido.

Em outras regiões da Ucrânia, ataques russos com drones e artilharia causaram ao menos quatro mortes e dezenas de feridos nesta segunda-feira, conforme relatado pelas autoridades locais.

O presidente Volodimir Zelensky enfatizou a importância da defesa aérea para preservar vidas, após a sequência de ataques, e ressaltou a necessidade dos aliados cumprirem os compromissos de apoio militar.

A Força Aérea ucraniana informou que a Rússia lançou 101 drones e quatro mísseis, dos quais 75 drones foram interceptados.