Rússia e China criticam pressão dos EUA sobre Venezuela na ONU

Rússia e China condenaram fortemente nesta terça-feira (23), no Conselho de Segurança da ONU, a pressão militar e econômica que os Estados Unidos exercem sobre a Venezuela, qualificando-a como “comportamento de cowboy” e “intimidação”.

Os Estados Unidos mantêm uma frota naval no Caribe desde agosto e anunciaram recentemente um bloqueio naval para impedir a exportação do petróleo venezuelano. O presidente Donald Trump acusa o governo de Caracas de utilizar a venda do petróleo para financiar narcoterrorismo, tráfico de pessoas, assassinatos e sequestros.

A Venezuela nega qualquer envolvimento com drogas ilícitas e afirma que Washington busca derrubar seu presidente, Nicolás Maduro, para controlar as significativas reservas petrolíferas do país, as maiores do mundo.

O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, afirmou que as ações dos EUA violam princípios fundamentais do direito internacional e classificou o bloqueio como uma agressão evidente.

Durante uma reunião de emergência convocada pela Venezuela e apoiada principalmente por Moscou e Pequim, Vassily Nebenzia ressaltou que Washington é responsável pelas consequências desastrosas decorrentes dessa postura agressiva.

O representante chinês, Sun Lei, declarou que a China é contrária a qualquer forma de unilateralismo e intimidação, apoiando os países na defesa da sua soberania e dignidade nacional.

Em resposta, o embaixador dos EUA na ONU, Mike Waltz, afirmou que os Estados Unidos farão tudo para proteger seu hemisfério, suas fronteiras e seu povo. Ele reiterou as acusações do presidente Trump de que Maduro é um fugitivo procurado, líder de uma organização terrorista estrangeira chamada Cartel de los Soles.

Especialistas indicam que essa entidade opera mais como uma rede de corrupção com atividades ilegais do que como um típico grupo de tráfico de drogas.

A administração americana elevou para 50 milhões de dólares (aproximadamente 278 milhões de reais) a recompensa por informações que levem à captura de Maduro.