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Rússia quer estender por um ano acordo com EUA para controlar armas nucleares

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A Rússia apresentou, nesta segunda-feira (22), uma proposta para estender em um ano o acordo New Start, que limita o número de armas nucleares estratégicas entre Moscou e Washington e que tem validade até fevereiro de 2026.

O tratado, firmado em 2010, restringe cada país a possuir até 1.550 ogivas nucleares estratégicas, representando uma redução de 30% em relação ao limite definido em 2002, além de incluir um sistema de verificação.

As negociações para a prorrogação do acordo estavam em pausa há vários anos devido às tensões geradas pelo conflito na Ucrânia.

Vladimir Putin, presidente da Rússia, destacou em uma reunião transmitida pela televisão: “Desconsiderar completamente a legalidade deste acordo seria, sob vários aspectos, um equívoco”.

Ele complementou, “Para evitar desencadear uma corrida armamentista estratégica, a Rússia está disposta, a partir de 5 de fevereiro de 2026, a continuar respeitando as principais limitações quantitativas estipuladas no tratado New Start”.

Putin ainda acrescentou: “Acreditamos que essa iniciativa só será eficaz se os Estados Unidos responderem de maneira similar, evitando ações que possam prejudicar ou violar a atual posição das capacidades de dissuasão”.

Embora a Rússia tenha suspendido sua participação formal no New Start em 2023, ela continuou a seguir voluntariamente os limites estabelecidos pelo acordo.

Contexto das tensões nucleares

As conversas sobre controle de armas entre os Estados Unidos e a Rússia se deterioraram nos últimos anos, mesmo com esses países detendo mais de 80% das ogivas nucleares do mundo.

Em 2019, ambas as nações passaram a não participar mais do tratado INF, que restringia mísseis de médio alcance na Europa desde a Guerra Fria.

Em 2023, o presidente Putin sancionou uma lei que revogou a ratificação do Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares (CTBT), embora tenha garantido que Moscou continuaria a respeitar a moratória sobre testes atômicos.

A Rússia tem sido acusada de exacerbar questões nucleares desde o início da invasão à Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Pouco depois de iniciar o conflito, Putin colocou as forças nucleares russas em estado de alerta máximo.

No ano anterior, o presidente assinou um decreto ampliando as circunstâncias em que armas nucleares poderiam ser utilizadas.

As tensões entre Moscou e Washington enfraqueceram após a posse de Donald Trump em janeiro, mas as discussões significativas sobre armas nucleares ainda não ocorreram.

Em agosto, Trump declarou que prepararia dois submarinos nucleares em resposta ao que chamou de declarações “altamente provocadoras” feitas pelo ex-presidente russo Dmitri Medvedev.

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