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Economia

Saída do Bolsa Família é mais lenta entre mulheres, zona rural e regiões Norte e Nordeste

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O estudo “Filhos do Bolsa Família: uma análise da última década do programa”, realizado pela Fundação Getúlio Vargas em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, revelou que, de cada dez jovens que recebiam o benefício em 2014, sete deixaram o programa ao longo dos últimos dez anos.

A maior taxa de desistência foi observada entre adolescentes. Entre os beneficiários que tinham entre 11 e 14 anos em 2014, 68,8% já haviam saído do programa até outubro deste ano. Na faixa etária de 15 a 17 anos, esse número aumenta para 71,25%.

A pesquisa também identificou diferenças regionais e de gênero na saída do Bolsa Família. Mulheres, residentes em áreas rurais e moradores das regiões Norte e Nordeste permanecem no programa por mais tempo, indicando maiores dificuldades para esses grupos saírem do benefício.

Entre aqueles com idades entre 6 e 17 anos, 67% dos que viviam em áreas urbanas deixaram o Bolsa Família entre 2014 e outubro de 2025, enquanto apenas 55% dos que viviam na zona rural saíram do programa. Quando os pais trabalhavam na agricultura, a taxa de saída diminuía para 53%, comparado a 70% entre aqueles empregados em outras atividades.

Ao analisar por região, a taxa de saída foi de 80% na Região Sul, 77% no Centro-Oeste e 75% no Sudeste, mas caiu para 57% no Nordeste e 55% no Norte.

Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social, explicou que as regiões Norte e Nordeste apresentam percentuais menores, pois concentram maior número de pessoas em situação de pobreza. Além disso, essas áreas têm mais residentes rurais, onde a erradicação da pobreza é mais complexa devido à menor oferta de empregos e deficiências na infraestrutura básica.

Wellington Dias destacou a importância de o governo focar nas áreas rurais e em mulheres, muitas das quais têm dificuldade para trabalhar devido às responsabilidades de cuidar de filhos, idosos ou pessoas com deficiências, geralmente sem remuneração.

Ele mencionou que o governo tem ampliado políticas de qualificação e geração de renda por meio do programa Acredita, que oferece microcrédito e apoio ao empreendedorismo, além de cursos rápidos para ingresso no mercado de trabalho.

O ministro também falou sobre iniciativas de cuidado, como as “cuidotecas”, espaços onde mães podem deixar seus dependentes para buscar emprego ou continuar seus estudos.

— Essa atenção é fundamental e ainda temos muito a melhorar — afirmou Wellington Dias.

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