Salário e empréstimos milionários de Sidney Oliveira da Ultrafarma revelados por planilha

Sidney Oliveira, proprietário da Ultrafarma, recebia um salário mensal de R$ 290 mil, além de contrair empréstimos milionários da própria empresa conforme documentos coletados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP).

O empresário foi detido na Operação Ícaro, desencadeada recentemente contra um esquema bilionário de propina. Após se comprometer a pagar uma fiança de R$ 25 milhões, Oliveira foi libertado na sexta-feira (17/8).

Antes da concessão da liberdade provisória, os advogados de Sidney alegaram que ele não possuía recursos financeiros e solicitaram a diminuição do valor da fiança estipulada. O pedido foi negado pelos promotores do Gedec, que citaram uma “clara mistura patrimonial” entre o investigado e a empresa.

“As investigações indicam que o patrimônio de Aparecido Sidney Oliveira não está registrado em seu nome pessoal, mas sim vinculado às sociedades que ele administra, principalmente a Ultrafarma. Verificou-se que diversos bens móveis e imóveis registrados em nome das pessoas jurídicas pertencem, na prática, ao investigado”, afirmam os promotores do MPSP.

Os promotores destacam ainda que um outro indício dessa mistura patrimonial é a aquisição de bens pessoais financiados pela própria Ultrafarma, sob a rubrica de ‘empréstimos’.

Regras para liberação dos investigados

• Comparecer mensalmente em juízo para prestar informações e justificar suas atividades.
• Proibido frequentar locais vinculados à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, salvo convocação judicial.
• Proibido manter contato com outros investigados e testemunhas.
• Proibido ausentar-se da comarca sem prévia autorização judicial.
• Recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga, após as 20h00.
• Uso de monitoramento eletrônico (tornozeleira eletrônica).
• Entrega do passaporte no primeiro dia útil após a soltura.
• Pagamento da fiança de R$ 25 milhões, devido ao elevado poder econômico dos réus e a gravidade do caso, no prazo de cinco dias.

Operação Ícaro

Sidney Oliveira foi preso em 12 de agosto durante a Operação Ícaro, destinada a desmantelar um esquema bilionário de corrupção envolvendo o fiscal da Fazenda de São Paulo, Artur Gomes da Silva Neto. Conforme as investigações, o servidor recebia propinas por meio de uma empresa de fachada registrada em nome de sua mãe para antecipar créditos tributários às empresas.

Além da Ultrafarma, outras corporações como Fast Shop, Oxxo e Kalunga foram alvo da operação. O diretor da Fast Shop, Mário Otávio Gomes, também foi detido.

Diferentemente de Sidney Oliveira, cuja prisão foi temporária, a prisão de Artur Gomes da Silva Neto foi convertida para preventiva. Os advogados do fiscal alegaram que ele sofria de depressão profunda durante a detenção, mas não conseguiram reverter a decisão judicial.