Secretária investigada pelo Gaeco afirma ter agido com honestidade e legalidade

Gizelle Ferreira, atual secretária da Mulher, está sob investigação pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) devido a suspeitas de envolvimento em um esquema ilícito de desvio de recursos públicos enquanto atuava na Secretaria de Esportes.

A segunda fase da Operação Armlock, conduzida pela Vice-Procuradoria-Geral de Justiça e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), incluiu o cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em Goiás.

Em comunicado, a secretária reforçou sua confiança na integridade e legalidade dos processos administrativos sob sua gestão na Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal.

Gizelle Ferreira destacou seu compromisso com a ética e transparência, colocando-se à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos com responsabilidade institucional.

Além de Gizelle, o ex-deputado distrital Reginaldo Rocha Sardinha também é alvo das investigações.

Detalhes do suposto esquema

As investigações apontam para um esquema de desvio de recursos públicos envolvendo parcerias da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (SEL/DF) com a Associação Centro-Oeste Jiu-Jitsu (COJJ), que é suspeita de ser uma entidade de fachada usada para desviar verbas.

Segundo as apurações, os recursos públicos eram desviados para financiar eventos privados da Federação Brasiliense de Jiu-Jitsu Desportivo (FBJJD) e também apropriados por membros da organização criminosa.

Documentos falsos, notas fiscais superfaturadas e orçamentos fraudulentos eram utilizados para inflar os valores repassados pela Secretaria. O dinheiro excedente era dividido entre servidores públicos, empresários e dirigentes esportivos envolvidos.

Servidores da SEL-DF teriam atuado diretamente na aprovação e liberação dos recursos irregulares.

No centro das operações está Francisco Grisolia Santoro, presidente da FBJJD, apontado como o principal organizador do esquema, com suposto apoio da então secretária de Esporte e Lazer, Gizelle Ferreira de Oliveira, que validava documentos fraudulentos e contornava obstáculos legais.

O ex-deputado Reginaldo Rocha Sardinha também é mencionado por direcionar emendas parlamentares para projetos fictícios da COJJ, recebendo em troca parte dos valores liberados.

As ações contam com apoio do Departamento de Combate à Corrupção (DECOR), da Corregedoria da Polícia Civil e do Gaeco do Ministério Público de Goiás.

Posicionamento dos investigados

A Secretaria de Esporte e Lazer informou que está colaborando com as autoridades e mantém seu compromisso com a transparência, legalidade e boa gestão dos recursos públicos, adotando medidas de governança e controle.

A Associação Centro-Oeste de Jiu-Jitsu negou qualquer vínculo com a Federação Brasiliense de Jiu-Jitsu Desportivo, afirmando que os eventos realizados possuem documentação completa e prestações de contas aprovadas. A entidade também se colocou à disposição para esclarecimentos perante a Justiça ou órgãos públicos.

A equipe responsável pela apuração aguardava retorno dos demais envolvidos para completar o levantamento dos fatos.