Centro-Oeste
Secretário de Segurança comenta violência policial: caso atípico

O Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, comentou que a agressão violenta e a prisão de um pai por policiais civis na Asa Norte, ocorrida na tarde de quarta-feira (9/7), derivada de um suposto acidente de trânsito, foi considerada uma “situação atípica”.
“Não foi uma abordagem comum, para a qual a polícia costuma se preparar. Trata-se de um episódio inesperado, iniciado por um desentendimento no trânsito. É um caso diferente do que normalmente envolve preparativos policiais”, explicou ele ao Metrópoles.
O incidente teve lugar na 112 Norte e foi registrado por testemunhas, que classificaram as imagens como assustadoras. O homem agredido foi o publicitário Diego Torres, 42 anos, que estava acompanhado do filho, Tito, de apenas cinco anos.
Um vídeo mostrado por testemunhas captura os policiais imobilizando Diego enquanto pessoas presentes pedem calma e demonstram preocupação pelo menino.
Sandro Avelar expressou seu lamento e preocupação: “Desejamos que a criança se recupere rápido. Como pai, fico preocupado em saber como o Tito está”.
Ele destacou a importância dos vídeos para garantir transparência na investigação. A Corregedoria da Polícia Civil já abriu um inquérito contra os dois agentes identificados como Gustavo Gonçalves Suppa (camiseta branca) e Victor Baracho Alves (camiseta preta), ambos da Delegacia da Criança e do Adolescente.
A mãe do menino, a colunista do Metrópoles Gabriella Furquim, 34 anos, relatou o momento em que soube da prisão: “Recebi uma ligação do celular dele, com informação de que o Tito estava sozinho e assustado, e indicavam um endereço para que eu fosse rápido. Ao chegar, fui abordada por um policial que me disse que deveria prestar depoimento porque o pai teria cometido um crime. Insisti em ver meu filho primeiro e encontrei o Tito com pessoas desconhecidas, que me contaram que o pai foi tirado do carro à força, espancado, preso, e que o Tito havia sido deixado sozinho”.
A abordagem aconteceu após o publicitário supostamente atingir uma viatura descaracterizada da DCA. Os policiais, descontrolados, desceram do veículo e iniciaram atos violentos em plena luz do dia.
Duas mulheres que assistiram à cena conseguiram retirar o menino do carro e afastá-lo do tumulto.
Os agentes imobilizaram Diego e impediram a aproximação dos populares, chegando até a apontar armas contra eles, conforme relatos.
Uma das testemunhas, ainda abalada, relatou: “Parecia que ele era um criminoso perigoso. Quando questionei, um policial apontou a arma para mim”. Ela contou que um policial agredia o motorista enquanto o outro fazia a cobertura, e que a violência foi intensa.
Segundo outra testemunha, ambos os policiais não se identificaram, retiveram o motorista de forma brutal, com socos e coronhadas, mesmo com o público presente. O motorista expressava preocupação pelo filho durante toda a ação.
A população tentou ajudar a criança, mas foi ameaçada pelos policiais, que mostraram as armas para todos. A situação agravou-se com a chegada de mais viaturas, gerando um clima de terror. Os policiais levaram o pai preso e deixaram a criança desacompanhada até que alguns moradores a protegeram até a chegada da mãe.
Foi um ato agressivo, excessivamente truculento e caracterizado por abuso de poder, conforme descreveram testemunhas.

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