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Seguindo ordem de Trump, Nasa apaga do site promessa de levar a primeira mulher e pessoa negra à Lua

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Diretrizes do presidente dos Estados Unidos foi para eliminar as práticas de diversidade, equidade e inclusão nas agências federais do país

Por Agência O Globo

Ao anunciar o retorno à Lua na missão Artemis III, a Nasa prometeu levar a primeira mulher, a primeira pessoa negra e o primeiro astronauta internacional associado ao satélite natural da Terra. Mas tudo isso foi removido do site oficial da agência devido às diretrizes de Donald Trump para eliminar as práticas de diversidade, equidade e inclusão nas agências federais dos Estados Unidos.

O programa Artemis, que recebe esse nome em referência a Ártemis, a deusa da mitologia grega que era irmã de Apolo (nome do primeiro programa de conquista lunar da Nasa), pretendia corrigir o fato de que, das 12 pessoas que caminharam sobre o satélite natural entre 1969 e 1972, todas foram homens brancos.

Sobre essa mudança, o porta-voz da Nasa, Allard Beutel, explicou por e-mail ao jornal britânico The Guardian que, de acordo com a ordem executiva do presidente, a agência espacial está atualizando sua linguagem em relação aos planos de envio de tripulação à superfície lunar como parte da campanha Artemis.

“Esperamos aprender mais sobre os planos da administração Trump para nossa agência e expandir a exploração da Lua e de Marte para o benefício de todos”, afirmou o funcionário.

Medidas semelhantes foram tomadas por outras agências governamentais, como o Serviço de Receita Federal (IRS) e os Institutos Nacionais de Saúde (NIH). Além disso, as Forças Armadas dos EUA seguiram uma ordem presidencial para proibir pessoas transgênero de ingressar no serviço militar, uma medida que foi temporariamente bloqueada por um juiz federal na última quarta-feira.

No entanto, por enquanto, as mudanças são apenas documentais e não impactam os planos estabelecidos até o momento para a tripulação da missão Artemis II. Essa missão tem o objetivo de levar astronautas a bordo da cápsula Orion para uma distância no espaço maior do que qualquer ser humano já viajou antes — aproximadamente 60.000 quilômetros além da Lua — antes de retornar à Terra, não antes de 2026.

A equipe que realizará essa viagem foi apresentada pela Nasa em 2023. O grupo é composto por Victor Glover (piloto e primeiro homem negro a participar de uma missão desse tipo), a especialista de missão Christina Koch (a primeira mulher), além do comandante Reid Wiseman e do astronauta da Agência Espacial Canadense, Jeremy Hansen.

Por outro lado, a missão Artemis III, que finalmente levará a humanidade de volta à superfície lunar, está prevista para ocorrer em meados de 2027. No entanto, a Nasa ainda não confirmou quem fará parte de sua tripulação.

A imprensa internacional destaca esse movimento da Nasa em relação à equidade como algo particularmente notável, considerando que a criação do programa Artemis e a decisão de levar a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua foram tomadas durante o primeiro governo de Trump.

De acordo com The Guardian, nos últimos anos, a Nasa fez grandes avanços em diversidade e se afastou de sua antiga reputação de ser composta majoritariamente por homens brancos e mais velhos. As 12 pessoas que pisaram na Lua durante as seis missões Apollo, entre 1969 e 1972, eram todas homens brancos, com idades entre 36 e 47 anos.

Estabelecendo uma presença humana permanente na Lua
Além de retomar a exploração lunar, o programa Artemis busca estabelecer uma presença humana mais duradoura no espaço, preparando estrategicamente a Nasa para futuras missões tripuladas a Marte.

Segundo Juan Francisco Puerta, mestre em Engenharia de Sistemas Espaciais e professor da Universidade de Antioquia, Artemis II representará um passo crucial nesse plano, sendo a primeira missão tripulada com quatro astronautas e duração programada de 10 dias.

“Com base no sucesso da missão Artemis I, que colocou uma cápsula não tripulada em órbita ao redor da Lua no final de 2022, Artemis II levará astronautas à órbita lunar antes de retorná-los à Terra”, detalha o professor.

O voo de teste Artemis II avaliará os sistemas de suporte à vida da nave espacial Orion e validará as capacidades e técnicas necessárias para que os seres humanos possam viver e trabalhar no espaço profundo.

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