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Economia

Senado debate aumento da faixa de isenção do IR

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Diversos trabalhadores participaram, nesta quinta-feira (16), de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para discutir os impactos da aprovação do projeto que isenta do Imposto de Renda (IR) os brasileiros que ganham até R$ 5 mil por mês.

O projeto, já aprovado na Câmara dos Deputados, prevê compensar a perda de receita ao instituir um imposto mínimo para quem tem rendimento tributável acima de R$ 600 mil ao ano.

Segundo a proposta atual, uma alíquota de 10% do IR será aplicada para cerca de 141,4 mil contribuintes de alta renda, que atualmente pagam em média 2,5% sobre seus rendimentos totais.

Além disso, o texto do projeto prevê uma redução gradual da alíquota para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350 mensais, enquanto para os que ganham acima desse valor não haverá mudanças.

Justiça social

Tiago Bitencourt Neves, comerciário, destacou que atualizar a tabela do imposto de renda é uma questão de justiça social. Para ele, a tributação progressiva vai além de um tema econômico, representando uma escolha política sobre quem deve contribuir mais pelo país.

“O Brasil precisa de um sistema que taxe o luxo, não os alimentos básicos. Que cobre quem vive de especulação, como os bancos, e que tribute os super-ricos e bilionários”, afirmou.

De acordo com Tiago, o projeto é uma oportunidade para corrigir uma desigualdade histórica no Brasil.

Correção histórica

Jadiel de Araujo Santos, trabalhador do setor de serviços, ressaltou que os parlamentares podem corrigir uma tabela defasada há anos, que tem levado milhões de brasileiros que mais trabalham a pagar mais impostos do que deveriam.

“Essa medida vai devolver dignidade e aumentar o poder de compra das famílias, movimentando a economia. Quem ganha até R$ 5 mil não é privilegiado, mas sim quem mantém o país em pé”, completou.

Impactos financeiros

Juliano Rodrigues Braga, funcionário do setor financeiro, apontou que a isenção do IR beneficiará quase 45 mil bancários como ele.

“Este valor impacta diretamente meu bolso, cerca de R$ 2,5 mil ao ano”, relatou.

Ele destacou que, embora possa parecer pouco diante da desigualdade salarial, essa quantia é fundamental para cobrir despesas básicas e contribuir para o aquecimento da economia.

Jadiel Santos vê na proposta uma justiça tributária, onde cada um contribui conforme sua capacidade.

“Quem ganha menos deve pagar menos e quem ganha mais deve pagar mais. Muitas vezes, os que ganham mais são os que exploram o trabalho alheio, como bancos com metas abusivas, plataformas de apostas e investidores financeiros”, afirmou.

Melhoria no poder de compra

Sílvio Letícia Alves Mattar, gerente de posto de combustíveis que ganha cerca de R$ 3,8 mil mensais, disse que a isenção resultará em um retorno aproximado de R$ 200 por mês.

“É quase como receber um 14º salário, que aumentará o poder de compra dos que ganham menos e ajudará a movimentar o comércio”, explicou.

Zacarias Assunção, do setor alimentício, considerou injusto que quem ganha pouco pague mais impostos, enquanto os que ganham mais paguem menos.

Claudionor Vieira do Nascimento, metalúrgico, mencionou que 68% dos trabalhadores de sua categoria na região do ABC deixarão de pagar ou pagarão menos IR.

Ele expressou desapontamento com parlamentares que associam o projeto a aumento de impostos, quando, na verdade, trata-se de uma justa redistribuição tributária.

Citou também a isenção de mais de R$ 800 bilhões para grandes empresas, que pouco é questionada pelos parlamentares.

“A classe trabalhadora está atenta, pois isso representa justiça social e dignidade para quem constrói a riqueza do país”, disse.

Direitos e mobilização dos trabalhadores

Willian Ferreira Da Silva, frentista, defendeu a redução da jornada de trabalho de 6 para 1 dia de descanso semanal, como forma de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores que sustentam o sistema.

“Trabalhadores nunca conquistaram direitos sem luta. Só a mobilização pode garantir as mudanças desejadas”, ressaltou.

José Evandro Alves da Silva, do setor químico, chamou a sociedade para se mobilizar novamente, como nas manifestações recentes contra a anistia, para garantir essas conquistas.

“Precisamos voltar às ruas para defender nossos direitos”, concluiu.

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